HISTÓRIA

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Dragões da Independência têm ligação direta com guarda de Dom Pedro com homens do Vale

Dragões da Independência têm ligação direta com guarda de Dom Pedro com homens do Vale

Habitantes do Vale entraram para a história de uma das guarnições militares mais emblemáticas e singulares do país: os Dragões da Independência

Habitantes do Vale entraram para a história de uma das guarnições militares mais emblemáticas e singulares do país: os Dragões da Independência

Por Xandu Alves | 5 dias atrás | Tempo de leitura: 4 min
São José dos Campos

Por Xandu Alves
São José dos Campos

5 dias atrás - Tempo de leitura: 4 min

Divulgação / Agência Brasil

Dragões da Independência

Historiadores confirmam que o Vale do Paraíba foi a única região do Brasil a participar diretamente dos acontecimentos que culminaram na independência do país junto ao Reino de Portugal, cujo símbolo maior foi o episódio do ‘Grito do Ipiranga’, em São Paulo, no dia 7 de setembro de 1822.

“Estavam ali, naquela tarde história, os elementos valeparaibanos, testemunhas oculares do gesto de Dom Pedro 1º, decisivo para o processo final que desmembrava o Brasil de Portugal”, escreveu o professor, intelectual e historiador José Luiz Pasin (1939-2008) no livro “A jornada da Independência”.

Além de participantes diretos do momento mais simbólico da emancipação brasileira, os habitantes do Vale do Paraíba também entraram para a história de uma das guarnições militares mais emblemáticas e singulares do país: os Dragões da Independência.

Trata-se dos militares que usam uniformes específicos, montam cavalos e estão presentes em cerimônias importantes da República. Eles podem ser reconhecidos em eventos oficiais e na recente posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Oficialmente, esses militares fazem parte do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, ligado ao Exército, cuja missão é zelar pelas instalações presidenciais, além da execução cerimonial militar da Presidência da República.

Em seus portentosos uniformes brancos, com faixas vermelhas e um capacete dourado com pluma vermelha e um dragão no topo, além de portar espadas, os Dragões da Independência têm uma ligação direta com um grupo de moradores do Vale do Paraíba que acompanhou Dom Pedro 1º em sua missão de tornar o Brasil independente de Portugal.

Naquela época, em meio a problemas econômicos e políticos, Dom Pedro 1º se vê na urgência de decretar a independência do Brasil contra os interesses dos seus próprios familiares do trono português.

Para tanto, precisa angariar apoio dos ricos fazendeiros e produtores do Vale, uma das regiões economicamente mais fortes da época. Não à toa, é justamente pela região que começa a jornada que culminará no grito da Independência.

“Dom Pedro precisou arregimentar apoio econômico e político à causa da independência e o Vale era o lugar ideal para isso em razão de ser uma das regiões mais ricas da época. Pensar em aliança era pensar no Vale”, disse o historiador e professor Diego Amaro.

GUARDA DE HONRA

Coube a nobres e fazendeiros da região, além de seus filhos, formar a Guarda de Honra que acompanhou Dom Pedro 1º até a colina do Ipiranga. A formação desse grupo especial começa em Lorena em resposta à negativa de Pedro em aceitar uma guarnição enviada pelo então governo paulista. O futuro imperador do país prefere fazer do Vale seu ponto de apoio para a aventura da independência.

Pedro sai da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, em 14 de agosto de 1822, e traz consigo uma comitiva de 30 homens. Em solo paulista, ele passa por Bananal, São José do Barreiro e Areias, onde convida fazendeiros e seus filhos a fazer parte da sua Guarda de Honra. O mesmo ocorre em Silveiras, Cachoeira Paulista e Lorena, parada importante do ponto de vista político.

O futuro imperador cumpre espécie de agenda pública na cidade e expede decreto em que dissolve o governo provisório, assumindo efetivamente o governo da Província de São Paulo.

Passando por Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Taubaté, a Guarda de Honra do príncipe vai ganhando novos seguidores. Ele também passa por Caçapava, São José dos Campos e Jacareí antes de chegar a São Paulo em 25 de agosto.

“Eles não sabem que são os ‘dragões’ da época. Eles formam a Guarda de Honra, um secto que acompanha Dom Pedro pelo Vale e até o Ipiranga. A independência acontece em momentos diversos e o marco do Ipiranga é importante para os paulistas. O grito é uma fase, um eco de liberdade, tendo essa guarda que acompanha Dom Pedro sido reconhecida como dragões”, afirmou Amaro.

Com cerca de 30 pessoas, os ‘dragões’ do Vale acabaram imortalizados no quadro do pintor Pedro Américo, a obra “Independência ou Morte”, que ficou conhecida como “O Grito do Ipiranga”.

“Eles participam do gripo da independência e são imortalizados pelo quadro de Américo. A obra é uma alegoria do ato, que foi grandioso. O Brasil finalmente está livre”, disse Amaro.

UNIFORME

O atual 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, os ‘Dragões da Independência’, têm inspiração no Esquadrão de Cavalaria Ligeira do Vice-Rei do Estado, criado no Rio de Janeiro em 1765, pelo rei de Portugal, dom José 1º.

A guarnição foi reorganizada pelo então príncipe regente D. João 6º, em 1808. Com a independência do Brasil, cria-se a Imperial Guarda de Honra, cujo uniforme serve de inspiração para a atual vestimenta.

HISTORIADOR

Ao subir a rampa do Palácio do Planalto ao lado de representantes do povo brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o grupo estavam ‘protegidos’ pelos ‘Dragões da Independência’, que formavam uma fila de cada lado da rampa.

Segundo o historiador Diego Amaro, a guarnição militar é um dos resquícios da monarquia que sobrevivem até os dias de hoje. “O presidente tem essa guarda com seu uniforme tradicional como também o papa e a rainha da Inglaterra”.

Historiadores confirmam que o Vale do Paraíba foi a única região do Brasil a participar diretamente dos acontecimentos que culminaram na independência do país junto ao Reino de Portugal, cujo símbolo maior foi o episódio do ‘Grito do Ipiranga’, em São Paulo, no dia 7 de setembro de 1822.

“Estavam ali, naquela tarde história, os elementos valeparaibanos, testemunhas oculares do gesto de Dom Pedro 1º, decisivo para o processo final que desmembrava o Brasil de Portugal”, escreveu o professor, intelectual e historiador José Luiz Pasin (1939-2008) no livro “A jornada da Independência”.

Além de participantes diretos do momento mais simbólico da emancipação brasileira, os habitantes do Vale do Paraíba também entraram para a história de uma das guarnições militares mais emblemáticas e singulares do país: os Dragões da Independência.

Trata-se dos militares que usam uniformes específicos, montam cavalos e estão presentes em cerimônias importantes da República. Eles podem ser reconhecidos em eventos oficiais e na recente posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Oficialmente, esses militares fazem parte do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, ligado ao Exército, cuja missão é zelar pelas instalações presidenciais, além da execução cerimonial militar da Presidência da República.

Em seus portentosos uniformes brancos, com faixas vermelhas e um capacete dourado com pluma vermelha e um dragão no topo, além de portar espadas, os Dragões da Independência têm uma ligação direta com um grupo de moradores do Vale do Paraíba que acompanhou Dom Pedro 1º em sua missão de tornar o Brasil independente de Portugal.

Naquela época, em meio a problemas econômicos e políticos, Dom Pedro 1º se vê na urgência de decretar a independência do Brasil contra os interesses dos seus próprios familiares do trono português.

Para tanto, precisa angariar apoio dos ricos fazendeiros e produtores do Vale, uma das regiões economicamente mais fortes da época. Não à toa, é justamente pela região que começa a jornada que culminará no grito da Independência.

“Dom Pedro precisou arregimentar apoio econômico e político à causa da independência e o Vale era o lugar ideal para isso em razão de ser uma das regiões mais ricas da época. Pensar em aliança era pensar no Vale”, disse o historiador e professor Diego Amaro.

GUARDA DE HONRA

Coube a nobres e fazendeiros da região, além de seus filhos, formar a Guarda de Honra que acompanhou Dom Pedro 1º até a colina do Ipiranga. A formação desse grupo especial começa em Lorena em resposta à negativa de Pedro em aceitar uma guarnição enviada pelo então governo paulista. O futuro imperador do país prefere fazer do Vale seu ponto de apoio para a aventura da independência.

Pedro sai da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, em 14 de agosto de 1822, e traz consigo uma comitiva de 30 homens. Em solo paulista, ele passa por Bananal, São José do Barreiro e Areias, onde convida fazendeiros e seus filhos a fazer parte da sua Guarda de Honra. O mesmo ocorre em Silveiras, Cachoeira Paulista e Lorena, parada importante do ponto de vista político.

O futuro imperador cumpre espécie de agenda pública na cidade e expede decreto em que dissolve o governo provisório, assumindo efetivamente o governo da Província de São Paulo.

Passando por Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Taubaté, a Guarda de Honra do príncipe vai ganhando novos seguidores. Ele também passa por Caçapava, São José dos Campos e Jacareí antes de chegar a São Paulo em 25 de agosto.

“Eles não sabem que são os ‘dragões’ da época. Eles formam a Guarda de Honra, um secto que acompanha Dom Pedro pelo Vale e até o Ipiranga. A independência acontece em momentos diversos e o marco do Ipiranga é importante para os paulistas. O grito é uma fase, um eco de liberdade, tendo essa guarda que acompanha Dom Pedro sido reconhecida como dragões”, afirmou Amaro.

Com cerca de 30 pessoas, os ‘dragões’ do Vale acabaram imortalizados no quadro do pintor Pedro Américo, a obra “Independência ou Morte”, que ficou conhecida como “O Grito do Ipiranga”.

“Eles participam do gripo da independência e são imortalizados pelo quadro de Américo. A obra é uma alegoria do ato, que foi grandioso. O Brasil finalmente está livre”, disse Amaro.

UNIFORME

O atual 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, os ‘Dragões da Independência’, têm inspiração no Esquadrão de Cavalaria Ligeira do Vice-Rei do Estado, criado no Rio de Janeiro em 1765, pelo rei de Portugal, dom José 1º.

A guarnição foi reorganizada pelo então príncipe regente D. João 6º, em 1808. Com a independência do Brasil, cria-se a Imperial Guarda de Honra, cujo uniforme serve de inspiração para a atual vestimenta.

HISTORIADOR

Ao subir a rampa do Palácio do Planalto ao lado de representantes do povo brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o grupo estavam ‘protegidos’ pelos ‘Dragões da Independência’, que formavam uma fila de cada lado da rampa.

Segundo o historiador Diego Amaro, a guarnição militar é um dos resquícios da monarquia que sobrevivem até os dias de hoje. “O presidente tem essa guarda com seu uniforme tradicional como também o papa e a rainha da Inglaterra”.

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