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23 de março de 2023

PERSONAGEM

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Ex-militar supera crise de ansiedade virando caçador de tesouros no Vale; veja vídeo

Ex-militar supera crise de ansiedade virando caçador de tesouros no Vale; veja vídeo

Após servir na Aeronáutica por cinco anos, Douglas Lemes tornou-se caçador de relíquias da Revolução de 1932

Após servir na Aeronáutica por cinco anos, Douglas Lemes tornou-se caçador de relíquias da Revolução de 1932

Por Xandu Alves | 14/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Por Xandu Alves
São José dos Campos

14/03/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

Douglas Lemes em uma das expedições para encontrar relíquias da Revolução de 1932 no Vale

O Brasil foi considerado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas com o transtorno. No mundo, são mais de 350 milhões.

Para piorar, ainda segundo a OMS, os reflexos do coronavírus promoveram um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão. A saúde mental chegou a ser chamada de ‘a quarta onda’ da pandemia.

Trabalhando como técnico de sistemas de climatização e refrigeração na região de Guaratinguetá, Douglas Lemes, ex-militar da Aeronáutica, é um dos milhões de brasileiros que lida com o transtorno de ansiedade diariamente. “Sofro já há algum tempo de ansiedade e faço tratamento”, disse.

No entanto, o melhor remédio que ele encontrou para enfrentar o problema foi tornar-se um caçador de tesouros. No caso dele, de relíquias da Revolução Constitucionalista de 1932, que colocou em lados opostos das trincheiras o estado de São Paulo e o governo federal, comandado pelo governo provisório de Getúlio Vargas, após o golpe de 1930.

A missão dos paulistas ao ir à guerra era convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, medida essencial à República brasileira, que não tinha nem 50 anos naquela época.

MELHORIA

Lemes apaixonou-se por esse período da História e passou a pesquisar sobre a Revolução de 1932, até seguir um colega nas primeiras expedições a campo, há cerca de três anos.

Desde então, coleciona artefatos e relíquias encontrados enterrados em morros, montanhas, sítios, fazendas e locais ermos da região do Vale Histórico, que abrigou as principais batalhas da revolução, em cidades como Guaratinguetá, Lorena, Cunha, Cruzeiro e Piquete.

O hobby tornou-se parte do tratamento contra a ansiedade, com melhora de até 80% no problema, segundo Lemes, depois que começou a procurar relíquias.

“Isso para mim é terapêutico. Depois que comecei a fazer o detectorismo, melhorou a ansiedade em uns 80%, pois exercita o físico, a mente, tem contato com a natureza, contato com o Criador. Limpa a mente da gente. A minha mulher já fez expedições comigo, meu cachorro também. Meu pai também me acompanha”, contou.

“O hobby me ajudou a superar meus traumas e medos, pois me mantém ativo. Iniciei as expedições em outubro de 2019 e com mais intensidade em 2022.”

EXPEDIÇÕES

Lemes procura conhecer a História para encontrar as melhores trincheiras das batalhas na região, extraindo das escavações itens como cápsulas de fuzil e metralhadora, pedaços de granadas e de lança morteiro e outras relíquias – todos materiais inertes, ou seja, sem condição de explosão ou uso, como lembrou o pesquisador.

“Desde criança sempre fui apaixonado pela História. Por meio disso, depois de servir à Aeronáutica, onde fiquei seis anos e fui militar, sempre gostei desse segmento”, contou o caçador de tesouros históricos.

“A Revolução é recente, faz 90 anos, e foi uma luta pela Constituição. Comecei com um amigo que tinha um detector de metais. Comecei pesquisando e conversando com pessoas que têm fazendas e sítios na região. É importante fazer sempre a expedição com autorização do proprietário”, completou.

As missões podem durar até oito horas e exigem esforço físico e cuidados como hidratação constante, alimentos corretos e equipamentos adequados, como o detector de metais, indispensável à caça dos objetos enterrados.

Morando em Guaratinguetá, cidade considerada a última trincheira da resistência contra as tropas federais em 1932, Lemes se empolgou ainda mais com a busca por relíquias.

“É um prazer enorme encontrar uma cápsula de fuzil, por exemplo, e saber que a última pessoa que a tocou foi um soldado paulista. E agora eu a encontro depois de 90 anos enterrada. É incrível.”

Ele faz parte do canal ‘Guaratinguetá Detectorismo e Aventura’ no Youtube, que já tem quase 40 vídeos das expedições de Lemes e colegas atrás de relíquias, somando quase 40 mil visualizações.

ACERVO

O sonho agora é conseguir um espaço em Guaratinguetá para guardar o acervo e permitir que ele seja pesquisado e visitado, como em um museu.

“Trata-se de um tesouro da nossa História que não pode ficar perdido. Vamos tentar encontrar um meio de guardar esse acervo, catalogando-o e permitindo que mais pessoas tenham acesso a ele”, afirmou Lemes.

O Brasil foi considerado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas com o transtorno. No mundo, são mais de 350 milhões.

Para piorar, ainda segundo a OMS, os reflexos do coronavírus promoveram um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão. A saúde mental chegou a ser chamada de ‘a quarta onda’ da pandemia.

Trabalhando como técnico de sistemas de climatização e refrigeração na região de Guaratinguetá, Douglas Lemes, ex-militar da Aeronáutica, é um dos milhões de brasileiros que lida com o transtorno de ansiedade diariamente. “Sofro já há algum tempo de ansiedade e faço tratamento”, disse.

No entanto, o melhor remédio que ele encontrou para enfrentar o problema foi tornar-se um caçador de tesouros. No caso dele, de relíquias da Revolução Constitucionalista de 1932, que colocou em lados opostos das trincheiras o estado de São Paulo e o governo federal, comandado pelo governo provisório de Getúlio Vargas, após o golpe de 1930.

A missão dos paulistas ao ir à guerra era convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, medida essencial à República brasileira, que não tinha nem 50 anos naquela época.

MELHORIA

Lemes apaixonou-se por esse período da História e passou a pesquisar sobre a Revolução de 1932, até seguir um colega nas primeiras expedições a campo, há cerca de três anos.

Desde então, coleciona artefatos e relíquias encontrados enterrados em morros, montanhas, sítios, fazendas e locais ermos da região do Vale Histórico, que abrigou as principais batalhas da revolução, em cidades como Guaratinguetá, Lorena, Cunha, Cruzeiro e Piquete.

O hobby tornou-se parte do tratamento contra a ansiedade, com melhora de até 80% no problema, segundo Lemes, depois que começou a procurar relíquias.

“Isso para mim é terapêutico. Depois que comecei a fazer o detectorismo, melhorou a ansiedade em uns 80%, pois exercita o físico, a mente, tem contato com a natureza, contato com o Criador. Limpa a mente da gente. A minha mulher já fez expedições comigo, meu cachorro também. Meu pai também me acompanha”, contou.

“O hobby me ajudou a superar meus traumas e medos, pois me mantém ativo. Iniciei as expedições em outubro de 2019 e com mais intensidade em 2022.”

EXPEDIÇÕES

Lemes procura conhecer a História para encontrar as melhores trincheiras das batalhas na região, extraindo das escavações itens como cápsulas de fuzil e metralhadora, pedaços de granadas e de lança morteiro e outras relíquias – todos materiais inertes, ou seja, sem condição de explosão ou uso, como lembrou o pesquisador.

“Desde criança sempre fui apaixonado pela História. Por meio disso, depois de servir à Aeronáutica, onde fiquei seis anos e fui militar, sempre gostei desse segmento”, contou o caçador de tesouros históricos.

“A Revolução é recente, faz 90 anos, e foi uma luta pela Constituição. Comecei com um amigo que tinha um detector de metais. Comecei pesquisando e conversando com pessoas que têm fazendas e sítios na região. É importante fazer sempre a expedição com autorização do proprietário”, completou.

As missões podem durar até oito horas e exigem esforço físico e cuidados como hidratação constante, alimentos corretos e equipamentos adequados, como o detector de metais, indispensável à caça dos objetos enterrados.

Morando em Guaratinguetá, cidade considerada a última trincheira da resistência contra as tropas federais em 1932, Lemes se empolgou ainda mais com a busca por relíquias.

“É um prazer enorme encontrar uma cápsula de fuzil, por exemplo, e saber que a última pessoa que a tocou foi um soldado paulista. E agora eu a encontro depois de 90 anos enterrada. É incrível.”

Ele faz parte do canal ‘Guaratinguetá Detectorismo e Aventura’ no Youtube, que já tem quase 40 vídeos das expedições de Lemes e colegas atrás de relíquias, somando quase 40 mil visualizações.

ACERVO

O sonho agora é conseguir um espaço em Guaratinguetá para guardar o acervo e permitir que ele seja pesquisado e visitado, como em um museu.

“Trata-se de um tesouro da nossa História que não pode ficar perdido. Vamos tentar encontrar um meio de guardar esse acervo, catalogando-o e permitindo que mais pessoas tenham acesso a ele”, afirmou Lemes.

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