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29 de março de 2023

AVIAÇÃO

AVIAÇÃO

Impasse com motores mantém suspenso projeto do novo turboélice da Embraer

Impasse com motores mantém suspenso projeto do novo turboélice da Embraer

Empresa também suspendeu o desenvolvimento do jato E175-E2, em razão de questões burocráticas no mercado americano

Empresa também suspendeu o desenvolvimento do jato E175-E2, em razão de questões burocráticas no mercado americano

Por Xandu Alves | 14/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Por Xandu Alves
São José dos Campos

14/03/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

Imagem do Turboélice de Nova Geração da Embraer

Um dos principais projetos da Embraer, o novo turboélice continua com o desenvolvimento suspenso em razão de impasse sobre os motores que equiparão a aeronave.

Batizado de Turboélice de Nova Geração (TPNG, na sigla em inglês), o avião ainda está na prancheta e só deve entrar em operação entre 2027 e 2028. A nova aeronave deve ter duas variações, com capacidade para 74 e 90 passageiros cada.

Trata-se de projeto estratégico para a Embraer competir num mercado em que seus jatos não são tão eficientes: o de rotas curtas. A fabricante é líder no segmento até 150 assentos, cujos aviões são especialmente usados em roteiros regionais.

No entanto, o impasse sobre a definição dos motores do novo turboélice, que ficarão na parte traseira da aeronave, levou a fabricante a suspender o desenvolvimento do avião, mas não de pará-lo completamente.

Quem explica é o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto: “Suspendemos o desenvolvimento do novo turboélice por conta da dificuldade de definição dos motores, pelo momento da tecnologia de motores”.

Segundo ele, trata-se de um “bom produto e com bom mercado” e que, por isso, a Embraer mantém o projeto. “Não paramos totalmente o trabalho, mas não temos expectativa de resolver, em curto prazo, a definição mais adequada para esse avião”.

A nova aeronave também está inserida na política da Embraer de zerar a emissão de gases poluentes de seus aviões até 2050. Os turboélices fazem voos de menor distância e representam menos emissão de poluentes, em razão de consumirem menos combustível.

Na comparação com jatos de 50 assentos, por exemplo, a redução de consumo pode chegar a até 40%.

MERCADO

Em julho do ano passado, em feira de aviação no Reino Unido, a Embraer publicou relatório com suas perspectivas de mercado para os próximos 20 anos para o segmento de aeronaves comerciais com menos de 150 assentos.

Na análise, a empresa previa uma demanda para 10.950 novos aviões até 2041, sendo 8.670 jatos e 2.280 turboélices, portanto um mercado promissor para o TPNG. Tal demanda por novas aeronaves estava avaliada em US$ 650 bilhões.

Somente com os turboélices, a região Ásia-Pacífico representaria 42% da demanda, com Europa (22%) e América do Norte (17,5%) na sequência.

FAMÍLIA E2

Outro projeto cujo desenvolvimento foi suspenso é o do jato E175-E2, o último da família dos novos jatos comerciais E2. Já foram lançados o E190-E2 e o E195-E2, ambos com desempenho positivo no mercado. O novo jato só deve entrar em serviço no intervalo entre 2027 e 2028.

Segundo Gomes Neto, a paralisação do projeto se dá por questões burocráticas envolvendo o mercado dos Estados Unidos, o maior para esse tipo de aeronave.

“O desenvolvimento [do E175-E2] está suspenso por conta da cláusula de escopo nos EUA, o maior mercado para esse avião. Não devemos ter novidades no projeto [em curto prazo]”, afirmou o presidente da Embraer.

A cláusula de escopo vem sendo discutida por grandes companhias aéreas dos EUA com os sindicatos de pilotos sobre a limitação de peso máximo de decolagem para aeronaves com até 76 assentos – segmento do E175-E2 –, juntamente com as condições atuais do mercado global para aviação comercial.

Outro desafio da Embraer são as cadeias de suprimentos no mundo, que têm problemas oriundos da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Tais desafios afetaram os dois últimos anos e ainda terão impacto em 2023, na avaliação de Gomes Neto.

Portanto, a suspensão de novos projetos também se dá em razão de obstáculos atuais, que merecem a atenção da companhia.

“Quanto às cadeias de suprimentos, os motores são itens muito críticos no fornecimento, mas temos outras dificuldades, como sistemas hidráulicos e equipamentos. Estamos administrando e o ano de 2023 ainda terá desafios na cadeia. Temos expectativa de normalização durante 2024”, afirmou o CEO da Embraer.

Um dos principais projetos da Embraer, o novo turboélice continua com o desenvolvimento suspenso em razão de impasse sobre os motores que equiparão a aeronave.

Batizado de Turboélice de Nova Geração (TPNG, na sigla em inglês), o avião ainda está na prancheta e só deve entrar em operação entre 2027 e 2028. A nova aeronave deve ter duas variações, com capacidade para 74 e 90 passageiros cada.

Trata-se de projeto estratégico para a Embraer competir num mercado em que seus jatos não são tão eficientes: o de rotas curtas. A fabricante é líder no segmento até 150 assentos, cujos aviões são especialmente usados em roteiros regionais.

No entanto, o impasse sobre a definição dos motores do novo turboélice, que ficarão na parte traseira da aeronave, levou a fabricante a suspender o desenvolvimento do avião, mas não de pará-lo completamente.

Quem explica é o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto: “Suspendemos o desenvolvimento do novo turboélice por conta da dificuldade de definição dos motores, pelo momento da tecnologia de motores”.

Segundo ele, trata-se de um “bom produto e com bom mercado” e que, por isso, a Embraer mantém o projeto. “Não paramos totalmente o trabalho, mas não temos expectativa de resolver, em curto prazo, a definição mais adequada para esse avião”.

A nova aeronave também está inserida na política da Embraer de zerar a emissão de gases poluentes de seus aviões até 2050. Os turboélices fazem voos de menor distância e representam menos emissão de poluentes, em razão de consumirem menos combustível.

Na comparação com jatos de 50 assentos, por exemplo, a redução de consumo pode chegar a até 40%.

MERCADO

Em julho do ano passado, em feira de aviação no Reino Unido, a Embraer publicou relatório com suas perspectivas de mercado para os próximos 20 anos para o segmento de aeronaves comerciais com menos de 150 assentos.

Na análise, a empresa previa uma demanda para 10.950 novos aviões até 2041, sendo 8.670 jatos e 2.280 turboélices, portanto um mercado promissor para o TPNG. Tal demanda por novas aeronaves estava avaliada em US$ 650 bilhões.

Somente com os turboélices, a região Ásia-Pacífico representaria 42% da demanda, com Europa (22%) e América do Norte (17,5%) na sequência.

FAMÍLIA E2

Outro projeto cujo desenvolvimento foi suspenso é o do jato E175-E2, o último da família dos novos jatos comerciais E2. Já foram lançados o E190-E2 e o E195-E2, ambos com desempenho positivo no mercado. O novo jato só deve entrar em serviço no intervalo entre 2027 e 2028.

Segundo Gomes Neto, a paralisação do projeto se dá por questões burocráticas envolvendo o mercado dos Estados Unidos, o maior para esse tipo de aeronave.

“O desenvolvimento [do E175-E2] está suspenso por conta da cláusula de escopo nos EUA, o maior mercado para esse avião. Não devemos ter novidades no projeto [em curto prazo]”, afirmou o presidente da Embraer.

A cláusula de escopo vem sendo discutida por grandes companhias aéreas dos EUA com os sindicatos de pilotos sobre a limitação de peso máximo de decolagem para aeronaves com até 76 assentos – segmento do E175-E2 –, juntamente com as condições atuais do mercado global para aviação comercial.

Outro desafio da Embraer são as cadeias de suprimentos no mundo, que têm problemas oriundos da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Tais desafios afetaram os dois últimos anos e ainda terão impacto em 2023, na avaliação de Gomes Neto.

Portanto, a suspensão de novos projetos também se dá em razão de obstáculos atuais, que merecem a atenção da companhia.

“Quanto às cadeias de suprimentos, os motores são itens muito críticos no fornecimento, mas temos outras dificuldades, como sistemas hidráulicos e equipamentos. Estamos administrando e o ano de 2023 ainda terá desafios na cadeia. Temos expectativa de normalização durante 2024”, afirmou o CEO da Embraer.

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