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'Criar regras, não proibir', diz autor de lei polêmica sobre blocos de Carnaval
'Criar regras, não proibir', diz autor de lei polêmica sobre blocos de Carnaval
A proposta gerou descontentamento entre alguns carnavalescos na cidade, que acreditam que a proposição, caso seja aprovada, pode 'criminalizar' os blocos de cultura popular
A proposta gerou descontentamento entre alguns carnavalescos na cidade, que acreditam que a proposição, caso seja aprovada, pode 'criminalizar' os blocos de cultura popular
Por Thais Perez | 08/03/2023 | Tempo de leitura: 4 min
São José dos Campos
OVALE
Por Thais Perez
São José dos Campos
08/03/2023 - Tempo de leitura: 4 min
OVALE
Divulgação

O projeto de lei que visa proibir a passagem de blocos de Carnaval de ruas residenciais e que tenham hospitais em São José dos Campos causou descontentamento entre alguns carnavalescos na cidade, que acreditam que a proposição, caso seja aprovada, pode 'criminalizar' os blocos de cultura popular.
Leia mais: Projeto de lei quer proibir blocos de Carnaval em áreas residenciais de São José
O vereador Marcão da Academia (PSD), que protocolou o projeto, respondeu às criticas em entrevista a OVALE. "Queremos criar regras, não proibir", disse ele, que se comprometeu a marcar uma reunião com os representantes dos blocos de São José para discutir o projeto.
Segundo a justificativa do projeto, “a festa pode vir a trazer problemas para quem vive ou trabalha em determinado bairro e, quem sofre com isso, são os moradores dos condomínios e casas”.
No texto, a justificativa diz que com a diversão “o blocos trazem muito barulho, sujeira e brigas”, além de incomodar pessoas com Espectro Autista e idosos.
“O som (barulho) causa estresse em idosos e nas pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), principalmente as crianças, pois tem hipersensibilidade a sons, onde o barulho provoca uma sobrecarga aos seus sentidos, ao mesmo tempo ocasionando crises como choros, além de instabilidade emocional e comportamental”, finaliza.
Marcão afirma que o ideal é transferir os blocos para outros lugares. "Tem a Via Cambuí, Via Norte, Via Oeste. Dá para agregar muito mais gente nesses locais", explica. "O objetivo não é criminalizar os blocos, mas temos que ter um certo tipo de regras. Tivemos relato de vários moradores, de que pessoas largaram tudo sujo, houve vandalismo", complementa.
Um dos blocos que passa em uma avenida que existe um hospital é o Bloco Galinha D'Angola, na Av. Nove de Julho. "A gente pode fazer o mesmo percurso, já que é um bloco tradicional, ou conversar para melhorar o trajeto", disse.
CRÍTICAS.
A proposta vem após críticas do prefeito Anderson Farias (PSD) ao bloco Capivara Neon, que desfilou no dia 19 de fevereiro nas ruas do Jardim Maringá, saindo da Praça Pedro Américo.
Na quinta-feira pós-Carnaval, o prefeito deu uma entrevista à rádio Jovem Pan afirmando que um dos blocos havia causado problemas, citando um episódio de furto a um posto de gasolina em que duas pessoas foram detidas.
O Bloco Capivara Neon foi formado neste ano por moradores da região, para realizar dois desfiles, um no dia 19 de fevereiro em São José e outro no dia 20, em Jacareí, cidade em que fora selecionado através de um edital.
Participam do grupo cerca de 50 pessoas, entre ritmistas, apoio, núcleo artístico e organização. No domingo de Carnaval, o bloco reuniu cerca de 3 mil pessoas no trajeto que saiu da Praça Pedro Américo, até a Avenida Serimbura, no Jardim Maringá. O bloco começou a concentração por volta das 16h e teve seu encerramento às 20h.
No final da tarde, diversos jovens se reuniram na Praça Pedro Américo, que nos finais de semana costuma ser local dos chamados “fluxos”, com carro de som e jovens consumindo bebidas ao ar livre. Esse tipo de reunião tem acontecido nas sextas e sábados, mas durante o Carnaval, se estendeu.
“O bloco não tem relação com o fluxo ou com outras manifestações que aconteceram no local naquele dia”, disse Amanda Menconi, mestra e compositora do bloco Capivara Neon.
Há quase 10 anos, o Bloco do Brabuleta desfila na zona sul da cidade. Neste ano, o bloco fez o percurso e fez a dispersão por volta das 19h30. Após esse horário, jovens se reuniram na praça para continuar a festa de Carnaval, mesmo não estando ligados ao bloco. Por volta das 22h, a GCM (Guarda Civil Municipal) e a PM dispersaram o fluxo de pessoas no local.
“Nós não tínhamos como controlar. A gente já tinha parado, mas muitos jovens começaram a chegar depois da passagem do bloco. Estão usando os fluxos como bode espiatório”, explica Mauro Cursino, um dos organizadores do bloco. “Os fluxos aproveitaram o espaço dos blocos para fazerem as festas deles de maneira exagerada. Isso acaba até acaba ‘queimando o filme’ dos blocos. Não concordamos com os excessos deles, mas é uma juventude que precisa de lazer”, completa Cursino, que é contra a proposição.
“Podemos fazer um carnaval saudável através da conversa. Não concordamos em tirar os blocos dos bairros que já são tradicionais e colocar em um local isolado, como eles estão sugerindo”, finaliza.
A reportagem entrou em contato com Prefeitura de São José dos Campos para saber se haverá algum tipo de mudança no Carnaval do próximo ano. “Com base nos resultados do carnaval 2023, um novo modelo para o edital do carnaval de 2024 está em estudo no momento”, disse em nota.
O projeto de lei que visa proibir a passagem de blocos de Carnaval de ruas residenciais e que tenham hospitais em São José dos Campos causou descontentamento entre alguns carnavalescos na cidade, que acreditam que a proposição, caso seja aprovada, pode 'criminalizar' os blocos de cultura popular.
Leia mais: Projeto de lei quer proibir blocos de Carnaval em áreas residenciais de São José
O vereador Marcão da Academia (PSD), que protocolou o projeto, respondeu às criticas em entrevista a OVALE. "Queremos criar regras, não proibir", disse ele, que se comprometeu a marcar uma reunião com os representantes dos blocos de São José para discutir o projeto.
Segundo a justificativa do projeto, “a festa pode vir a trazer problemas para quem vive ou trabalha em determinado bairro e, quem sofre com isso, são os moradores dos condomínios e casas”.
No texto, a justificativa diz que com a diversão “o blocos trazem muito barulho, sujeira e brigas”, além de incomodar pessoas com Espectro Autista e idosos.
“O som (barulho) causa estresse em idosos e nas pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), principalmente as crianças, pois tem hipersensibilidade a sons, onde o barulho provoca uma sobrecarga aos seus sentidos, ao mesmo tempo ocasionando crises como choros, além de instabilidade emocional e comportamental”, finaliza.
Marcão afirma que o ideal é transferir os blocos para outros lugares. "Tem a Via Cambuí, Via Norte, Via Oeste. Dá para agregar muito mais gente nesses locais", explica. "O objetivo não é criminalizar os blocos, mas temos que ter um certo tipo de regras. Tivemos relato de vários moradores, de que pessoas largaram tudo sujo, houve vandalismo", complementa.
Um dos blocos que passa em uma avenida que existe um hospital é o Bloco Galinha D'Angola, na Av. Nove de Julho. "A gente pode fazer o mesmo percurso, já que é um bloco tradicional, ou conversar para melhorar o trajeto", disse.
CRÍTICAS.
A proposta vem após críticas do prefeito Anderson Farias (PSD) ao bloco Capivara Neon, que desfilou no dia 19 de fevereiro nas ruas do Jardim Maringá, saindo da Praça Pedro Américo.
Na quinta-feira pós-Carnaval, o prefeito deu uma entrevista à rádio Jovem Pan afirmando que um dos blocos havia causado problemas, citando um episódio de furto a um posto de gasolina em que duas pessoas foram detidas.
O Bloco Capivara Neon foi formado neste ano por moradores da região, para realizar dois desfiles, um no dia 19 de fevereiro em São José e outro no dia 20, em Jacareí, cidade em que fora selecionado através de um edital.
Participam do grupo cerca de 50 pessoas, entre ritmistas, apoio, núcleo artístico e organização. No domingo de Carnaval, o bloco reuniu cerca de 3 mil pessoas no trajeto que saiu da Praça Pedro Américo, até a Avenida Serimbura, no Jardim Maringá. O bloco começou a concentração por volta das 16h e teve seu encerramento às 20h.
No final da tarde, diversos jovens se reuniram na Praça Pedro Américo, que nos finais de semana costuma ser local dos chamados “fluxos”, com carro de som e jovens consumindo bebidas ao ar livre. Esse tipo de reunião tem acontecido nas sextas e sábados, mas durante o Carnaval, se estendeu.
“O bloco não tem relação com o fluxo ou com outras manifestações que aconteceram no local naquele dia”, disse Amanda Menconi, mestra e compositora do bloco Capivara Neon.
Há quase 10 anos, o Bloco do Brabuleta desfila na zona sul da cidade. Neste ano, o bloco fez o percurso e fez a dispersão por volta das 19h30. Após esse horário, jovens se reuniram na praça para continuar a festa de Carnaval, mesmo não estando ligados ao bloco. Por volta das 22h, a GCM (Guarda Civil Municipal) e a PM dispersaram o fluxo de pessoas no local.
“Nós não tínhamos como controlar. A gente já tinha parado, mas muitos jovens começaram a chegar depois da passagem do bloco. Estão usando os fluxos como bode espiatório”, explica Mauro Cursino, um dos organizadores do bloco. “Os fluxos aproveitaram o espaço dos blocos para fazerem as festas deles de maneira exagerada. Isso acaba até acaba ‘queimando o filme’ dos blocos. Não concordamos com os excessos deles, mas é uma juventude que precisa de lazer”, completa Cursino, que é contra a proposição.
“Podemos fazer um carnaval saudável através da conversa. Não concordamos em tirar os blocos dos bairros que já são tradicionais e colocar em um local isolado, como eles estão sugerindo”, finaliza.
A reportagem entrou em contato com Prefeitura de São José dos Campos para saber se haverá algum tipo de mudança no Carnaval do próximo ano. “Com base nos resultados do carnaval 2023, um novo modelo para o edital do carnaval de 2024 está em estudo no momento”, disse em nota.
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