O pioneirismo e a bravura do navegador Amyr Kink serviram de mote para a palestra que abriu o Encontro Anual da AASP nesta quinta-feira (25) em Campos do Jordão.
Amyr, que é autor de vários livros que narram a histórias das dezenas de expedições marítimas que realizou, conseguiu cativar o público que o prestigiou apesar do frio e do adiantado da hora (a palestra começou pouco antes das 21h). O saguão que serviu de palco para o escritor ficou lotado, com gente em pé nas entradas. OVALE é parceiro e fará a cobertura do evento.
Durante quase uma hora, o escritor fez associações entre os desafios que enfrentou em suas viagens no oceano com aquelas que os advogados encontram no exercício da advocacia. Klink chegou a revelar, inclusive, que poderia ter se tornado colega dos que estavam na plateia porque chegou a prestar e passar no vestibular da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). “Mas não gostei muito e fui fazer Economia”, contou.
A jornada do navegador teve início em 1984 quando ele atravessou sozinho o Oceano Atlântico, partindo da Namíbia, na África do Sul, e chegando ao Brasil. A viagem em um barco à remo durou 100 dias e foi um grande feito para época.
“Fui bem sucedido nessa empreitada porque antes de ir , eu estudei o que levou os outros tentantes a falhar”, expôs.
O navegador, que foi o responsável por construir o próprio barco, disse que quebrou a cabeça para solucionar um problema na embarcação, que se não fosse resolvido, teria lhe feito afundar.
“Eu dormia agarrado com esse problema. Eu sei que vocês, advogados e magistrados, quase sempre dormem pensando nos problemas, não sei se é bom ou ruim para saúde, mas sem isso, a gente deixa a solução escapar. Quando temos um problema batendo à porta, a gente usa toda nossa atividade criativa”, defendeu.
De acordo com Klink, a principal lição que ele aprendeu estando sozinho por muito tempo em viagens longas e cansativas, foi a de que o tempo é a nossa maior grandeza.