15 de dezembro de 2025
MORTE TRÁGICA

Antes de morrer na enchente, “Seo Zé” salva animais em Bauru

Por Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Imagem cedida ao JCNET
José Medeiros da Silva tinha 74 anos

Conhecido como “seo Zé”, o aposentado José Medeiros da Silva, de 74 anos, foi quem morreu na tarde deste domingo (14), ao ser arrastado pela correnteza do Córrego Barreirinho, no Jardim Ivone, em Bauru, justamente quando tentava salvar animais de sua propriedade durante a forte chuva que atingiu a cidade. Morador da região há mais de 20 anos, o tratador de animais foi surpreendido por uma enchente repentina após conseguir conduzir vacas leiteiras e bezerros para um local seguro.

“Seo Zé era muito educado, honesto e trabalhador. Todo domingo estava no mesmo banco, no fundo da capela de Nossa Senhora Aparecida”, contou a vizinha e dona de casa Lia Batista sobre a vítima, cujo corpo foi localizado por volta das 19h, a cerca de três quilômetros da chácara onde o aposentado vivia, na quadra 4 da rua Presbítero José Pereira de Rezende.

A suspeita é de que uma cabeça d’água, fenômeno caracterizado pelo aumento rápido e violento do volume do córrego em razão de chuvas intensas na cabeceira, o tenha arrastado. A despedida do homem apontado como muito trabalhador e querido acontece no Velório Municipal do Distrito de Jacuba, com sepultamento marcado para esta segunda-feira (15), no Cemitério Municipal de Jacuba, em Arealva, onde moram familiares. A reportagem não conseguiu contato com parentes até o momento.

Neste domingo, o pluviômetro do IPMet/Unesp registrou 77,5 milímetros de chuva na região das Chácaras Bauruenses; em dezembro, o acumulado já ultrapassa 303 milímetros.

Caso anterior

As últimas mortes registradas em Bauru em decorrência das chuvas fortes ocorreram em março de 2019, quando o carro onde estavam mãe e filha foi arrastado pela correnteza do Córrego da Grama, ao tentar atravessar a avenida Comendador Daniel Pacífico, tomada pela água. Uma passageira, filha e irmã das vítimas fatais, sobreviveu ao sair do automóvel e se agarrar em galhos, conforme o JCNET divulgou na ocasião.

Na época, Luciene Regina do Prado Silva, de 43 anos, e Bianca Prado da Silva, de 14 anos, tinham saído de casa para buscar na faculdade Franciele Prado da Silva, filha mais velha e que foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros.