05 de dezembro de 2025
CULINÁRIA

Torta de palmito

Por Sonia Machiavelli | especial para a Sampi
| Tempo de leitura: 3 min

Ingredientes

Massa

Recheio

A menção mais antiga ao palmito no Brasil está na carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei de Portugal para informá-lo das belezas das novas terras conquistadas no outro lado do oceano. Nesse registro, o escrivão português relata o prazer de ter comido ‘muitos e bons palmitos’, que os índios haviam cozido em água. Dessa forma seria vendido mais tarde por africanos nas ruas do Rio de Janeiro, para consumo dos cariocas.

Como se percebe, o palmito é originário da América Latina. Há três espécies para consumo humano. A pupunheira é nativa da Bacia Amazônica, na região do Peru, enquanto o açaizeiro (outra palmeira produtora de palmito) concentra-se na região Norte, principalmente no Pará e Amapá. Já a espécie Juçara tem origem na Mata Atlântica. Caminha com certeza experimentou palmito pupunha.

Atualmente, o Brasil é o maior produtor do planeta, responsável por 85% de toda a produção. A história do palmito, no entanto, é mais triste do que a de outros vegetais, uma vez que sua produção se confunde com desmatamento e degradação ambiental.

O tipo Juçara chegou a cobrir mais de um milhão de metros quadrados na Mata Atlântica, em todo o litoral brasileiro. Mas sua exploração desenfreada o colocou em risco de extinção e contribuiu para o desmatamento da região: uma vez cortado o caule da planta para a extração do palmito, ela morre. Essa palmeira demora 12 anos para crescer e, de seus 15 metros, somente 80 cm são utilizados para produção de palmito.

Hoje, esse palmito é cultivado de maneira sustentável, mas não costuma ser fácil identificar a origem do produto. As espécies pupunha e açaí também são muito saborosas. O pupunha, no entanto, destaca-se como o mais ecologicamente viável pois exige somente dois anos para crescer e se adapta a diversas regiões do país.

Respeitando a natureza, o palmito indicado para a receita é o pupunha, encontrado já cortado em pedacinhos em vidros de conserva em qualquer supermercado. Em lugar da massa folhada, que costuma deixar o preparo pesado, utilize o liquidificador e a prepare em poucos minutos, obtendo resultado fofo e saboroso. No recheio, esqueça o tradicional requeijão, se quiser um resultado menos calórico.

Prepare primeiro o recheio reunindo todos os ingredientes em uma tigela e temperando com sal e pimenta. Reserve e, depois, passe à massa.

Coloque no copo do liquidificador os ovos, o leite, o óleo, o sal e bata por dois minutos. Numa tigela peneire a farinha, o sal e mexa bem. Aos poucos agregue a mistura líquida até obter uma massa homogênea. Acrescente o queijo ralado e por último o fermento. Mexa rapidamente e utilize. Quando for montar a torta, o forno já deverá estar aquecido a 180 graus, pois o fermento químico não espera para crescer. É vapt-vupt. Unte a forma ou assadeira refratária com uma misturinha de azeite e manteiga. Despeje metade da massa. Espalhe o recheio e cubra com a outra metade. A torta leva cerca de 40 minutos para assar e ficar douradinha. Sirva fria.