O metanol utilizado por organizações criminosas para adulterar combustíveis pode estar ligado aos recentes casos de intoxicação por bebida em São Paulo. A informação foi confirmada pelo diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Rodolpho Heck Ramazzinio, em entrevista à TV Brasil nesta segunda-feira (29).
Segundo Ramazzinio, o metanol desviado passou a ser usado em destilarias clandestinas principalmente após a Operação Carbono Oculto, que desmontou um esquema de fraudes no setor de combustíveis.
“Você tem as empresas interditadas, a transportadora dos caras, do PCC, fica parada [em razão da operação Carbono]. Os tanques, que não estavam dentro dos pátios dessas empresas começam a ser desovados em outras empresas. Eles começam a vender isso para empresa química, começam a vender isso também para destilarias clandestinas. Os caras fazem isso para ganhar volume, ganhar a escala, eles não estão nem aí com a saúde de ninguém", afirmou.
Desde junho de 2025, o estado registrou seis casos confirmados de intoxicação por metanol, com três mortes - um homem de 58 anos em São Bernardo do Campo, outro de 54 na capital, e um terceiro de 45 anos ainda sem residência identificada. Dez casos seguem sob investigação.
As autoridades de saúde reforçam que o consumo de bebidas de procedência duvidosa representa alto risco à saúde pública. “A recomendação do CVS é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos, e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco”, orienta o órgão.