Luiz Inácio Lula da Silva assumiu nesta quinta-feira (3) a presidência rotativa do Mercosul, em Buenos Aires, sucedendo o argentino Javier Milei. Durante a cúpula do bloco, os dois líderes protagonizaram um encontro protocolar e visivelmente tenso: sem abraços, sorrisos ou qualquer gesto além do aperto de mão breve.
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Foi a primeira vez que Lula visitou a Argentina desde que Milei tomou posse, em dezembro de 2023. A relação entre os dois é marcada por rusgas públicas: durante a campanha presidencial, Milei chamou Lula de "comunista nervoso" e o acusou, sem provas, de apoiar seu adversário, Sergio Massa. O brasileiro, por sua vez, afirmou que os argentinos mereciam um presidente comprometido com a democracia.
A vitória do economista ultraliberal não suavizou os ânimos. Lula ignorou a cerimônia de posse de Milei, onde Jair Bolsonaro foi presença de destaque, e o argentino já esteve no Brasil duas vezes, mas chegou a faltar à cúpula anterior do Mercosul para priorizar um evento com a direita brasileira.
Agora, mesmo com a transferência de comando do bloco, a frieza entre os dois líderes deixa no ar o desafio de cooperação futura no principal fórum de integração da América do Sul.
*Com informações do Terra