Letícia da Rocha Lobo Prado, que está em prisão preventiva suspeita de fazer parte da quadrilha que desviou milhões dos cofres da Apae Bauru, ingressou na Justiça para requerer indenização de R$ 200 mil por danos morais contra o ex-presidente da entidade Roberto Franceschetti Filho, preso desde o dia 15 de agosto e réu pelo homicídio de sua mãe, Claudia Regina Lobo.
Por meio do advogado dela, a ação foi impetrada nesta terça-feira (10), quando Letícia já estava na Cadeia de Avaí. Na ação, ela aponta não ter tido o direito de velar e sepultar a mãe, assassinada no dia 6 de agosto, segundo a investigação da Polícia Civil. A defesa de Franceschetti, ex-presidente da Apae Bauru, trata o caso como desaparecimento.
A AÇÃO
Segundo a ação de danos morais, impetrada na 4.ª Vara Criminal de Bauru, mãe e filha tinham “uma forte relação de dependência psíquica e emocional, grande proximidade e preocupação com a saúde e bem-estar uma da outra”. Ainda de acordo com o processo, apesar de morarem em apartamentos distintos, ambos localizavam-se no mesmo prédio.
“Claudia interferia em todas as questões da vida de Letícia, e a separação abrupta, e ainda mais da forma violenta como ocorreu, e a grande repercussão do caso, produziram enorme abalo, dor e sofrimento para a peticionária”, traz outro trecho.
O texto segue: “E no caso em debate, além da vítima ter sido assassinada, houve a destruição completa de seu cadáver, impossibilitando, inclusive, a filha Letícia de realizar a despedida final da mãe através das cerimônias funerais”.
Com relação ao valor pedido, de R$ 200 mil, o processo de danos morais cita que “a mensuração do valor da vida é impossível. No entanto, o direito de proporciona parâmetros para se chegar a um valor de indenização adequado, levando-se em consideração a capacidade econômica das partes, a gravidade dos fatos e o sofrimento vivenciado pela vítima”.
MORTE PRESUMIDA
No início de outubro, conforme o JCNET noticiou, Letícia Lobo Prado já havia ingressado na Justiça, por meio da 2.ª Vara de Famílias e Sucessões de Bauru, para obter a declaração de morte presumida. Como única herdeira, o objetivo desta ação é ter acesso ao espólio, o patrimônio total deixado, incluindo bens, direitos e obrigações.
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