27 de novembro de 2024
CAMPINAS

Esterilização atinge 53 capivaras no combate à febre maculosa

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Os visitantes do Parque Portugal podem notar capivaras com desenhos de coração na parte traseira do corpo.

A Prefeitura de Campinas alcançou a marca de 53 capivaras esterilizadas no Parque Portugal (Lagoa do Taquaral), como parte do projeto de combate à febre maculosa. O procedimento, que envolve vasectomia e salpingectomia, é realizado em grupos diferentes de capivaras que habitam o parque e tem como objetivo reduzir a população de novos filhotes e, a médio prazo, interromper o ciclo de transmissão da bactéria causadora da doença.

“A castração é uma medida que promove o bem-estar dos animais e também diminui o risco de transmissão da febre maculosa. Além disso, todas as capivaras estão sendo microchipadas, permitindo um acompanhamento ao longo de suas vidas”, destaca Rodrigo Pires, assessor do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA).

Capivaras marcadas com corações

Os visitantes do Parque Portugal podem notar capivaras com desenhos de coração na parte traseira do corpo. Essa “tatuagem” é feita com raspagem dos pelos para monitoramento pós-cirúrgico e desaparece após três a quatro meses, quando os pelos crescem novamente.

Desde o início do manejo, em 26 de setembro, o DPBEA realiza etapas que incluem ceva (alimentação controlada), captura, cirurgia e soltura. A população estimada atualmente é de cerca de 100 capivaras, mas esse número varia sazonalmente devido aos ciclos reprodutivos. O trabalho continuará até que todos os animais sejam esterilizados.

O processo de vasectomia e laqueadura permite que os animais continuem produzindo hormônios, preservando a estrutura social do grupo e evitando que novas capivaras migrem para o local. “Ao manter o grupo estabilizado e impedir novos nascimentos, reduzimos a chance de transmissão da bactéria causadora da febre maculosa, já que a capivara só transmite a Rickettsia uma vez na vida”, explica Pires.

Febre maculosa: uma ameaça grave

A febre maculosa é transmitida por carrapatos que se alimentam do sangue de animais infectados, como capivaras, e depois picam humanos. Apesar de não transmitirem diretamente a doença, as capivaras são hospedeiros importantes para a propagação do ciclo da bactéria Rickettsia.

A ação da Prefeitura é uma aposta para reduzir os riscos dessa doença grave, que pode ser fatal. Além do manejo das capivaras, é essencial que a população mantenha cuidados ao frequentar áreas de risco e evite contato com carrapatos.