27 de dezembro de 2024
ELEIÇÃO INDEFINIDA

Perfis de Kamala e Trump nas redes refletem esperança e raiva

Por Gabriel Barnabé | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Record News
Donald Trump e Kamala Harris duelam na corrida pela presidência dos EUA

De porta em porta, curtida em curtida e comentário a comentário se vence uma eleição. Pelo menos é o que acredita a campanha da atual vice e candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris. Nesta terça-feira (5), dia oficial da disputa, a equipe afirma ter tocado em mais de 100 mil portas somente no estado da Pensilvânia.

O trabalho de formiguinha democrata é notável: apenas no feed do Instagram, a equipe de Kamala publicou 39 conteúdos -entre fotografias, vídeos e artes informativas- entre a véspera e o dia da eleição. Do outro lado, o candidato republicano, Donald Trump, parece não se apoiar tanto na rede: foram 16 as publicações feitas no mesmo período.

O que chama a atenção na rede de Kamala é a onda azul de chamamento público. "Vote", "nos ajude", "faça sua voz ser ouvida", "tragamos a vitória para casa". Os apelos democratas miram duas principais vias: convencer diretamente a população a votar, e engajar os apoiadores em movimentações online e físicas.

A preocupação com os estados-pêndulo é evidente. No derradeiro dia de campanha, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin -cinco das sete regiões decisivas- foram citadas pela campanha democrata nas redes.

As últimas pesquisas mostram um empate persistente entre os candidatos inclusive nesses estados --daí por que a preocupação real se reflete no virtual.

No outro lado da moeda, Trump não se faz tão presente para os mais de 27 milhões de seguidores no Instagram --Kamala tem pouco mais de 19 milhões. Os conteúdos do republicano parecem criar um clima misto entre nostalgia e inconformidade.

As lembranças da minada prosperidade econômica de seu último mandato e as promessas para um segundo possível mandato buscam inflamar o eleitorado. Ao final de quase todos seus escritos, a campanha repete: "GET OUT AND VOTE", assim, em letras maiúsculas ("saia e vote").

Sem se esquecer da necessidade de bater na tecla dos apoios que recebem, ambos os candidatos também usam seu espaço para tentar enfraquecer o oponente e suas supostas políticas econômicas e sociais.

O cenário não é exclusivo do Instagram. No X (antigo Twitter), a diferença também é presente: Kamala fez ao menos 47 publicações, contra 24 de Trump. Essa disparidade, no entanto, tem outro fator relevante. O republicano tem sua própria rede social, a Truth Social, onde é apoiado fielmente por seus seguidores e pode publicar sem medo de moderações ou suspensões.

Na rede social do bilionário Elon Musk -um dos maiores doadores da campanha republicana e com quem Trump mantém uma relação de parceria pública-, a diferença de número de seguidores é ainda maior: mais de 92 milhões de Trump, ante 21,3 milhões de Kamala.

A narrativa construída, tanto no Instagram, quanto no X e na Truth Social, reforça as vibes que cada candidato busca transmitir. Kamala aparece sempre sorrindo; ela é a candidata da esperança, do respeito e da moderação. Trump, na contramão, relembra seu atentado a tiros e geralmente se mostra sério; ele é o candidato do inconformismo, da mudança radical e do conservadorismo salvacionista.