27 de novembro de 2024
PASSAGENS POLICIAIS

Torcedores da Mancha presos somam passagens policiais por brigas

Por Paulo Eduardo Dias | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Relatório de investigação sobre a briga com cruzeirenses aponta uma lista de passagens criminais do grupo

Os torcedores da Mancha Alviverde, principal torcida organizada do Palmeiras, procurados após terem a prisão temporária decretada pela Justiça já apareceram em outros casos investigados pela polícia.

O relatório de investigação sobre a briga com cruzeirenses que resultou na morte do motoboy José Victor Miranda, 30, na madrugada de domingo (27) na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo, aponta uma lista de passagens criminais do grupo, entre elas brigas de torcida e violência contra mulher.

O presidente da Mancha, Jorge Luís Sampaio, 43, teve um inquérito aberto em 2023 por suspeita de ameaças contra a presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

Ele também já teve uma condenação por posse ilegal de arma de fogo. Já na Drade, delegacia especializada em brigas de torcida, ele aparece em cinco ocorrências.

Para a Polícia Civil, Sampaio foi o mentor intelectual da briga que matou Miranda. O ataque seria uma vingança a um confronto entre Máfia Azul e Mancha Alviverde na mesma estrada em setembro de 2022. Naquela ocasião, Sampaio foi brutalmente espancado. Pertences, como documento e carteirinha da Mancha, foram roubados e expostos por torcedores cruzeirenses em estádios como um troféu.

Já o vice-presidente Felipe Mattos dos Santos, 31, possui queixas por violência doméstica no âmbito da Lei Maria da Penha. Ele também tem ocorrências na delegacia de brigas de torcida.

Os outros quatro integrantes procurados pela polícia também têm passagens na polícia.

Um deles, lutador profissional, é citado em um procedimento aberto por agressão ao técnico Vanderlei Luxemburgo. O caso ocorreu em 2008, quando ainda era treinador do Palmeiras.

O mesmo homem foi apontado pela polícia como suspeito de envolvimento na morte do corintiano Douglas Karim Silva em agosto de 2011. Ele foi encontrado morto boiando no rio Tietê. O assassinato de Silva motivou uma briga na avenida Inajar de Souza, em fevereiro de 2012, em que dois torcedores da Mancha foram mortos.

Ele possui diversas menções policiais por briga de torcida.

Um quarto torcedor procurado também possui queixa pela Lei Maria da Penha. Os outros dois, por brigas de torcida, ambas em 2011.

A reportagem não localizou os advogados do vice-presidente e dos outros quatro membros da torcida procurados.

O advogado Gilberto Quintanilha Pucci, que defende o presidente da Mancha Alviverde, afirmou lamentar que a imprensa está tendo acesso a todo o conteúdo do pedido de prisão temporária.

A defesa diz ainda não teve acesso ao inquérito que cita as ocorrências passadas.

"Tivemos a informação agora de que não vão liberar o acesso ao processo uma vez que não foram cumpridos os mandados ainda. Isso demonstra claramente o cerceamento de defesa, e por esse motivo, a defesa não vai se pronunciar enquanto persistir essa ilegalidade", declarou.