Em mais uma ocorrência da crise diplomática entre Brasil e o governo da Venezuela, a Polícia Nacional Bolivariana, sob controle do chavismo, publicou no Instagram uma imagem que exibe a silhueta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a bandeira brasileira, acompanhada da mensagem "Quem mexe com a Venezuela se dá mal”.
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Embora o nome de Lula não seja mencionado, a publicação mostra a silhueta de um homem com barba e cabelos grisalhos, similar ao presidente brasileiro. O texto que acompanha a foto diz que “Nossa pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer”.
A publicação marca o perfil de Diosdado Cabello, ministro do Interior e um dos principais dirigentes chavistas. Nos últimos dias, várias autoridades do regime têm criticado membros do governo brasileiro, ainda que o presidente venezuelano Nicolás Maduro tenha evitado atacar Lula diretamente.
As tensões entre Venezuela e Brasil cresceram após as eleições presidenciais venezuelanas, nas quais Maduro foi declarado vencedor em meio a denúncias de fraude e rejeição internacional. A situação se agravou com o veto do Brasil ao ingresso da Venezuela como parceira do Brics.
Em agosto, Lula afirmou que não reconhece a vitória de Maduro nas eleições da Venezuela, por falta de transparência, mas tampouco considerou que a oposição triunfou no pleito ocorrido em 28 de julho.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano anunciou na quarta-feira (30) a convocação de seu embaixador em Brasília para consultas, em reação a declarações de autoridades brasileiras, incluindo o conselheiro especial Celso Amorim, a quem chamaram de “mensageiro do imperialismo norte-americano”.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional declarou que pediria ao Legislativo que considerasse Amorim “persona non grata”, criticando sua “postura subserviente aos interesses do império agressor”.
Amorim afirmou, numa comissão na Câmara dos Deputados, que a resposta da Venezuela ao veto foi “desproporcional, repleta de acusações ao presidente Lula e ao Itamaraty”. Maduro já acusou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil de estar alinhado ao Departamento de Estado dos EUA e rotulou um funcionário da pasta de fascista.
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