18 de outubro de 2024
VIOLÊNCIA EM BAURU

Mãe de estudante agride e tenta fazer professora 'engolir' papel

Por Guilherme Matos | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Bruno Freitas

Uma professora da Escola Estadual Torquato Minhoto, no bairro Bela Vista em Bauru, foi agredida em via pública pela mãe de um aluno que ficou revoltada após o filho receber uma advertência formal. A vítima registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na última segunda-feira (14), data em ocorreram as agressões.

De acordo com o BO, a mãe de um dos alunos da escola se aproximou do veículo da vítima mostrando um papel, posteriormente identificado como sendo a advertência, e o amassou dizendo que faria a professora engoli-lo. 

A autora das agressões tentou enfiar o papel na boca da vítima, dando socos em seu rosto. Ainda segundo o BO, a autora estaria completamente enfurecida e teria dito que iria “rasgar o rosto” da vítima todinha.

As agressões só pararam quando o pai de outro aluno conseguiu conter a agressora. Além das lesões na vítima, o veículo também teve o painel danificado.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Subsede Bauru, emitiu uma nota de repúdio contra as agressões e pediu que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, bem como a escola, assumissem um compromisso de acolher e cuidar da vítima (veja a nota na íntegra abaixo). No comunicado, o sindicato informou, ainda, que a professora teve um braço fraturado.

Nota de repúdio da Apeoesp

"Na última segunda-feira, dia 14 de Outubro, véspera do Dia dos Professores, mais uma professora foi agredida no exercício de sua profissão. Desta vez, o caso aconteceu na Escola Estadual Torquato Minhoto, em Bauru, e a agressora era mãe de um dos alunos da vítima. A agressão, ocorrida no estacionamento da escola, teve origem na discordância da mãe com relação à advertência dada ao seu filho pela professora, que teve diversas lesões no corpo e um braço fraturado e só não foi mais grave, pois um pai de outro aluno interviu. 

A APEOESP - Subsede Bauru repudia, veementemente, a agressão sofrida por essa professora e todos os casos de agressões nas escolas ou na saída das escolas, ainda mais quando envolve adultos que deveriam dar exemplo a seus filhos e ensiná-los a valorizar a educação.

A professora, como todos os demais profissionais da rede pública do estado de São Paulo, assume o compromisso de educar as crianças e adolescentes paulistas e realiza sua função com toda dedicação e enfrentando todas as adversidades impostas por um governo e uma sociedade que criminaliza cada vez mais as professoras e professores.

Deve ser um compromisso da Escola Estadual Torquato Minhoto e da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, acolher e cuidar dessa professora e de todos os profissionais da escola para reverter esse trauma e oferecer um ambiente seguro e adequado para o ensino e aprendizado.

Neste momento, é fundamental que a gestão estadual fortaleça a rede protetiva com a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas, de acordo com a Lei 13.935/2019, para auxiliar no atendimento das professoras, professores, estudantes e das famílias que confiam na escola pública a educação e futuro de suas filhas e filhos".