22 de dezembro de 2024
EM JUNDIAÍ

Setor imobiliário: vendas em 2024 mostram desaceleração

Por Da Redação |
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Cidade se prepara para a maior entrega de imóveis novos prontos para morar de sua história

Jundiaí vive um momento único no setor imobiliário, com desafios e oportunidades que desenham um cenário de transformações importantes. De acordo com o vice-presidente de Inteligência de Mercado e Comercialização Imobiliária da PROEMPI, Eli Gonçalves, o mercado local apresenta contrastes significativos em suas perspectivas para o último trimestre de 2024 e início de 2025. Os dados avaliados são do SECOVI SP, divulgados na semana passada.

O mercado de Jundiaí passou por uma forte redução no número de lançamentos, enquanto as vendas em 2024 mostraram desaceleração em relação ao boom percebido entre 2020 e 2023. Ainda assim, chega-se a um dos menores estoques da história da cidade, com apenas 1,7 unidade disponível para cada 1.000 habitantes. "Os empresários do setor perceberam que era o momento de equilibrar a relação entre oferta e demanda e conseguiram", afirma Gonçalves.

Por outro lado, a cidade se prepara para a maior entrega de imóveis novos prontos para morar de sua história, com cerca de 5.000 unidades a serem entregues até 2025. A classe média que possuir entre 25% e 30% do valor de um imóvel, encontrará uma oportunidade de adquirir opções variadas do estoque da região. Porém, imóveis do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) já estão com suas unidades vendidas integralmente, ratificando a alta demanda por habitações populares.

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O preço por metro quadrado dos lançamentos em Jundiaí, atualmente em torno de R$ 8.230, já se aproxima dos valores praticados na Região Metropolitana de São Paulo e Campinas. Esse aumento é impulsionado pela predominância de lançamentos de médio e alto padrão, além dos custos elevados dos terrenos e a legislação que restringe o potencial construtivo. "O viés de alta nos preços deve continuar nos próximos anos, pressionado pela demanda, pela oferta mais controlada, pelos custos de produção e pelas limitações construtivas", destaca Gonçalves (foto).IMG: Jundiaí apresenta contrates significativos para o mercado imobiliário 2024/2025

Outro ponto de atenção no cenário imobiliário é a demanda ainda reprimida para imóveis destinados a famílias com renda inferior a R$ 5.000. "A falta de opções para esse segmento vai ampliar a desigualdade no acesso à moradia; a solução passa por uma ajuda estratégica do poder público, através do subsídio financeiro ao comprador, linhas de crédito mais baratas ao empresário e incentivos na legislação ao construtor para tornar esses empreendimentos populares mais rentáveis", alerta o executivo.

Apesar das oportunidades, o financiamento imobiliário continua sendo impactado pelos altos juros, que permanecem como um grande vilão na aquisição de imóveis. A necessidade de planejamento financeiro se torna ainda mais relevante para quem deseja realizar o sonho da casa própria.

Por fim, 2025 deve ficar marcado como um ano de grande instabilidade na geopolítica internacional e em eventos extremos ligados à natureza e saúde, que deverão trazer impactos inflacionários e de confiança na economia, afetando o setor imobiliário. Segundo Gonçalves, este é um momento para a população reduzir gastos supérfluos e focar no planejamento financeiro. "Em tempos de incertezas, investir em imóvel é um dos caminhos mais seguros. Para isso, é fundamental poupar o máximo possível para garantir uma boa entrada na compra do imóvel e minimizar o endividamento ao financiar com o banco."

Com essas tendências em mente, Jundiaí deve manter em 2025 o comportamento de cautela que já vem apresentando em 2024, o que será benéfico para o mercado, que não deseja nem bolha, nem escassez, mas um saudável equilíbrio de oferta e demanda.