22 de dezembro de 2024
ELEIÇÕES 2024

Debate tem Anderson no alvo, 'diagnóstico' de Elton e duelo PT-PL

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Editor-chefe de OVALE
Reprodução
Debate foi realizado pela Vanguarda

Candidato à reeleição, o prefeito Anderson Farias (PSD) foi o alvo central dos adversários no debate entre os candidatos a prefeito de São José dos Campos, realizado na noite desta quinta-feira (3), pela TV Vanguarda. Cracolândia, ponte estaiada, 'calote' milionário no IPSM (Instituto de Previdência do Servidor Municipal), fracasso na licitação dos ônibus, filas na saúde, nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), concessão de parques, entre outros temas, integraram a artilharia pesada contra o atual chefe do Executivo.

"Saia da fantasia dos Teletubbies e vá para o mundo real", provocou o candidato Prof. Wilson Cabral (PDT), que ironizou o discurso de Anderson, afirmando que a cidade apresentada pelo prefeito é uma fantasia. "O prefeito está em Nárnia", afirmou o pedetista. Anderson rebateu, dizendo que Cabral não conhece a realidade das escolas municipais.

Quem também teve Anderson como alvo foi Dr. Elton (União), com quem o candidato do PSD teve quatro embates diretos. Médico de formação, Elton chamou atenção ao 'diagnosticar' alzheimer, demência e esquizofrênia durante os confrontos, dizendo que o atual mandatário estava "esquecendo as coisas". "Se fosse uma empresa, o senhor estaria demitido?", questionou. Em outro momento, acusou Anderson de fake news.

Reiteradamente, o candidato à reeleição afirmou que Elton não conhece a cidade, "precisa estudar mais", e que, como vereador e deputado estadual, "não mandou um centavo" para ajudar a saúde pública de São José. Anderson defendeu a ponte estaiada, a saúde joseense, a Linha Verde e negou que o Paço Municipal viva uma crise fiscal.

O prefeito também esteve no alvo de Eduardo Cury (PL), seu principal adversário, de acordo com as pesquisas. Logo no primeiro bloco, ao propor uma discussão sobre segurança pública, Anderson ouviu o rival dizer: "você é bom de colher, vamos ver se é bom de plantar".
Cury ainda disse que "faltou pulso" à prefeitura em relação ao problema do crack. "Não vou ser um banana", atacou o candidato do PL, no único embate direto com Anderson. Curiosamente, Cury fez as quatro perguntas do debate para Cabral. Nas considerações finais, subindo o tom, Cury acusou Anderson de "calote" e disse que é preciso "ter caráter".

Em resposta, no tema segurança, Anderson destacou os números da SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, o monitoramento com câmeras e ações da Guarda Municipal.

Quem também teve Anderson como alvo foi Wagner Balieiro (PT), que criticou a saúde, o transporte público, a ponte estaiada, entre outros temas.

Com menor escala, mas com alta temperatura, outro duelo que chamou a atenção aconteceu entre Balieiro e Cury, que fez duras críticas ao PT e ao governo Lula, ouvindo do candidato petista que o PL de Valdemar Costa Neto tinha casos de corrupção. Balieiro destacou ainda que Cury já respondeu por improbidade administrativa.

Como saldo final, o que se viu foi Anderson como alvo prioritário dos adversários. Curiosamente, em uma eleição em que os três primeiros colocados disputam o voto conservador, o nome de Jair Bolsonaro (PL) só foi citado uma vez ao longo de todo o debate, e foi por Balieiro, que criticou o governo que antecedeu Lula. Outro filigrana: Anderson foi o único a citar o número nas considerações finais.