O presidente venezuelano Nicolás Maduro revogou nessa sexta-feira, 6, a custódia da Embaixada da Argentina em Caracas, até então sob responsabilidade do Brasil. A medida ocorre após a expulsão dos diplomatas argentinos em julho de 2024, quando Maduro acusou o governo argentino de interferir nos assuntos internos da Venezuela. A decisão reacendeu as tensões diplomáticas na América do Sul, envolvendo diretamente Brasil e Argentina.
Após a expulsão dos diplomatas em 10 de julho de 2024, o Brasil assumiu a custódia da embaixada em uma ação coordenada entre os governos. No entanto, em meio a críticas crescentes do presidente argentino Javier Milei, que em agosto de 2024 pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a prisão de Maduro e outros líderes do governo venezuelano, o cerco se intensificou.
Relatos indicam que, nessa sexta, forças de segurança venezuelanas cercaram a embaixada, cortando a energia e mobilizando agentes de inteligência encapuzados para vigiar o local.
O Itamaraty, neste sábado, 7, emitiu uma nota oficial condenando a decisão de Maduro de revogar a custódia brasileira e alertou para as possíveis violações da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, assinada em 1961, que garante a inviolabilidade das missões diplomáticas.
O Brasil, por meio de negociações diplomáticas, tenta mediar uma resolução pacífica para garantir a segurança dos cidadãos argentinos asilados e evitar que a situação diplomática se agrave ainda mais. A decisão brasileira é de não ceder às ordens de Maduro.