07 de agosto de 2024
PARIS 2024

EUA dão show, vencem e eliminam Brasil no basquete

da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Mathilde Missioneiro/Folhapress
A seleção brasileira de basquete foi derrotada pelos Estados Unidos por 122 a 87

O Brasil está eliminado nas quartas de final do torneio de basquete masculino das Olimpíadas. A seleção foi derrotada pelos Estados Unidos por 122 a 87, nesta terça (6), na Arena Bercy, em Lille.

Os EUA dominaram e venceram jogando bonito. Bolas de três precisas, bandejas acrobáticas se desvencilhando da marcação e belas enterradas marcaram uma atuação digna de Harlem Globetrotters, o time nova-iorquino que não integra a NBA e ficou conhecido mundialmente por suas acrobacias com a bola laranja. Foi desse jeito que os norte-americanos alcançaram sua maior vitória em Paris, por 35 pontos, superando a margem de 26 alcançada contra a Sérvia.

Os EUA, atuais tetracampeões olímpicos e grandes favoritos a novo título, voltarão à quadra na próxima quinta (8). Os norte-americanos enfrentarão na semifinal a Sérvia, que superou a Austrália nesta terça após reverter desvantagem de 24 pontos. O 'Dream Team' segue 100% no torneio, com quatro vitórias em quatro jogos.

Bruno Caboclo foi um destaque positivo do Brasil. O pivô terminou como o cestinha da partida, com 30 pontos em 20 arremessos de quadra. Alguns desses pontos, é bem verdade, vieram quando o jogo já estava totalmente definido. Marcelinho Huertas também contribuiu bem, com nove pontos e cinco assistências, e teve seu nome gritado por torcedores presentes na arena.

Com a ida às quartas, a seleção alcançou o melhor resultado olímpico em 12 anos. O Brasil sequer esteve presente no basquete masculino em Tóquio. A equipe de Aleksandar Petrovic não conseguiu quebrar um tabu histórico: em dez jogos contra os EUA nas Olimpíadas, dez vitórias para os norte-americanos.

Como foi o jogo

Mudança na escalação brasileira. Petrovic decidiu colocar dois armadores no time titular ao mesmo tempo, com Marcelinho Huertas e Raulzinho. A mudança não causou impacto positivo. O Brasil começou mal e não seguiu o que havia treinado, permitindo um jogo acelerado ao invés de trabalhar a bola com paciência.

Intensidade norte-americana. Os EUA pisaram no acelerador desde o início pela primeira vez nestes Jogos Olímpicos. Jrue Holiday atormentou os armadores brasileiros com sua defesa sufocante. LeBron conseguiu dois roubos de bola no início e gerou cestas fáceis. Booker e Embiid acertaram arremessos contestados. O talento da NBA apareceu e se provou difícil de parar. O Dream Team abriu vantagem de 10 pontos em apenas quatro minutos.

Momento de competitividade. Os norte-americanos chegaram a abrir 19 pontos de vantagem no início do período e pareciam caminhar para uma vitória cada vez mais tranquila. Porém, os EUA 'esfriaram' e o Brasil ressurgiu. Lucas Dias causou impacto saindo do banco, com duas bolas de três e uma bela enterrada. A seleção diminuiu a margem para oito pontos de diferença.

Esperanças se esvaíram tão rapidamente quanto surgiram. O Brasil voltou a ceder muito espaço para os arremessos e levou cestas fáceis. Os EUA engrenaram de vez no jogo e fecharam o segundo quarto com momentos à la Harlem Globetrotters, incluindo bela ponte aérea de LeBron para Jayson Tatum. Os norte-americanos foram para o vestiário com vantagem de 27 pontos, 63 a 36.

LeBron sofreu com cotovelada de Georginho. O brasileiro caiu em cima do astro da NBA após cesta e acabou acertando-o no rosto. O 'King James' segurou uma toalha próxima ao seu olho esquerdo por minutos, e foi substituído após o lance.

Brasil voltou melhor do vestiário. Ou pelo menos se aproveitou da queda de intensidade norte-americana. A seleção chegou a ganhar o terceiro quarto por 35 a 31, mas não mostrou recursos defensivamente para lidar com o poder de fogo norte-americano. Os EUA continuaram a protagonizar grandes lances e voltaram a ampliar a margem no último período.

Torcida pegou no pé de Embiid, de novo. O pivô da seleção norte-americana foi vaiado pelos franceses a cada toque na bola. Isso porque o camaronês poderia ter escolhido representar a seleção europeia, chegou a mandar carta para o presidente Emmanuel Macron em 2021, mas mudou de ideia recentemente e decidiu defender os EUA.