21 de julho de 2024
ELEIÇÃO AMERICANA

Biden desiste da candidatura e apoia vice Kamala Harris

Da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Fotos Públicas
Joe Biden e Kamala Harris

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não irá concorrer à reeleição, em disputa contra o ex-presidente Donald Trump. Ele vinha sofrendo pressão de democratas para desistir da disputa.

O anúncio da desistência foi feito em carta publicada nas redes sociais. "Meus colegas democratas, decidi não aceitar a indicação e concentrar todas as minhas energias em meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”.

No texto, Biden apoiou a candidatura da vice-presidente democrata Kamala Harris: "Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E essa foi a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer meu total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano. Democratas -- é hora de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos fazer isso", completou Biden.

Presidente afirmou que vai fazer pronunciamento à nação ainda nesta semana. No pronunciamento, segundo ele, mais detalhes sobre a decisão serão explicados.

Oscilação.

Desempenho de Biden em debate da CNN acendeu um alerta no Partido Democrata. Com a voz rouca, uma gagueira persistente e frases confusas, o presidente deixou uma imagem oposta à mostrada pelo rival, que adotou um tom claro e enérgico no evento realizado em junho. Desde então, vários democratas têm demonstrado preocupação e sugerido que Biden abandone a disputa.

Pedido para desistência também veio de veículos tradicionais. O jornal The New York Times pediu, por meio de editorial, para que o atual chefe da Casa Branca desistisse da campanha pela reeleição. Até mesmo o ator e produtor George Clooney, um dos responsáveis por arrecadar fundos para a campanha, engrossou o coro daqueles que pediam para Biden desistir da corrida.

Gafes cometidas por Biden aumentaram a pressão. Em agendas no mesmo dia, ele confundiu o nome da vice-presidente democrata Kamala Harris com o rival Donald Trump e chamou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de Vladimir Putin.

Liderança democrata conversou com o presidente dias antes do anúncio, apurou a CNN. A ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, levou a Biden pesquisas que mostravam que ele não derrotaria Donald Trump e poderia acabar destruindo a chance democrata nas eleições da Câmara. O ex-presidente Barack Obama também evitou comentários públicos, mas o ceticismo dele sobre uma vitória de Biden não era um segredo nos bastidores, diz a CNN.

Ataque a tiros contra Trump não influenciou intenções de voto, apesar de teorias da conspiração que tentaram culpar Biden. O republicano manteve uma pequena vantagem sobre Biden, de 43% contra 41%, segundo a pesquisa Reuters/Ipsos feita dois dias após o atentado. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, eles estão tecnicamente empatados.