Laudo produzido pelo IML (Instituto Médico Legal) atestou que o empresário Henrique da Silva Chagas, 27, morreu após inalar o produto químico fenol durante o procedimento estético conhecido como peeling de fenol, no dia 3 de junho em uma clínica no Campo Belo, na zona sul de São Paulo.
De acordo com o documento, Chagas sofreu uma "parada cardiorrespiratória em decorrência de edema pulmonar agudo desencadeado por ação inalatória local do agente químico fenol".
A influenciadora Natalia Fabiano de Freitas Antonio, conhecida como Natalia Becker, proprietária da clínica, é investigada por homicídio com dolo eventual por ter assumido o risco de matar. Ela não tinha autorização para realizar o procedimento.
Em nota, a advogada Tatiane Forte, que representa Natalia Becker, disse que peritos contratados pela defesa "estão analisando os laudos e a análise é exclusivamente técnica".
"Estamos totalmente comprometidos e empenhados na apuração da verdade dos fatos, mas, pela simples leitura do laudo, não há prova de causa ou responsabilidade relacionada à Natália", acrescentou.
Ainda segundo o laudo, a inalação do ácido volátil fenol, usado topicamente na pele da vítima e identificado qualitativamente em exame toxicológico em fragmentos de pele e tecido, provocou alterações em epiglote, laringe, traqueia e pulmões, culminando num edema pulmonar agudo responsável pela morte.
As alterações ocasionaram danos na função respiratória, diz trecho do laudo, ao qual a reportagem teve acesso.
O médico legista Ricardo Rioji Fusel de Ue, responsável pelo laudo, ainda descreveu que a escarificação apresentada na face poderia ter contribuído para um aumento da absorção do produto, embora o mesmo não tenha sido detectado na amostra de sangue estudada. Nas amostras de sangue coletadas do corpo da vítima não foram encontrados resquícios de drogas, álcool ou medicamentos.
O laudo era aguardado por delegados do 27° DP (Campo Belo), que investiga o caso.
Chagas pagou R$ 4.500 pelo tratamento, e foi à clínica acompanhado pelo namorado.