22 de dezembro de 2024
CRIME ORGANIZADO

Suspeitos de lavar dinheiro para CV e FDN são presos

Por Aléxia Sousa | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Screen shot de vídeo/TV Globo
As investigações analisaram transações entre 2017 e 2022.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nove pessoas, nesta terça-feira (9), em uma operação contra o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro das principais organizações criminosas que atuam no estado e também em Amazonas, Paraná e São Paulo. Os agentes cumprem mandados em Santa Catarina.

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Na capital fluminense, carros da Polícia Civil e um blindado estão na região desde cedo nas comunidades Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, na zona norte.

No início da manhã, houve confronto entre criminosos e policiais. No tiroteio, uma moradora foi baleada na perna e levada para o hospital. O quadro de saúde dela é estável.

Os agentes cumprem 26 mandados de prisão. Segundo a polícia, uma pessoa foi presa no Rio, uma em São Paulo e seis em Manaus. A ação ainda prevê bloqueio de bens e valores relacionados aos investigados.

Os alvos são pessoas jurídicas e físicas responsáveis pela lavagem de dinheiro das facções Comando Vermelho e Família do Norte, que atua na capital amazonense.

Essa é a segunda fase da operação Rota do Rio. As investigações analisaram transações entre 2017 e 2022 e apontaram uma estrutura criminosa complexa, com uma divisão sofisticada de tarefas para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

Ainda de acordo com a polícia, o esquema envolvia depósitos bancários em contas de pessoas jurídicas, localizadas, principalmente, em regiões de fronteira do Amazonas, para ocultar a origem ilícita do dinheiro. Em dois anos, a ação criminosa movimentou R$ 126 milhões, segundo a investigação.

A primeira fase da operação, em maio, descobriu que a droga era adquirida na fronteira tríplice entre Peru, Colômbia, Brasil e escoada do Amazonas em uma rota pelo rio Solimões, passando pelo Centro-Oeste do país, Minas Gerais, até chegar ao Rio de Janeiro. O dinheiro pago pelos entorpecentes fazia o caminho de volta.

Para esconder a origem ilícita do dinheiro da compra e venda de drogas, a organização realizava pagamentos de forma pulverizada em contas bancárias para laranjas e empresas.

A segunda fase da ação, nesta terça, é realizada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro do Rio e conta com apoio das polícias dos estados.

No Rio, a operação policial impactou 22 unidades escolares da rede municipal, que foram fechadas nesta manhã. Já a Secretaria de Estado de Educação informou que duas escolas da rede estadual precisaram ser fechadas.

Também por causa do tiroteio, a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva suspendeu o funcionamento nesta terça, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.