As normas para discernir supostos fenômenos sobrenaturais foram atualizadas, é o que estabelece o novo documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, publicado nesta sexta-feira (17), que entrará em vigor no domingo (19), na festa de Pentecostes.
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Segundo o site Vatican News, o novo texto é seguido por uma introdução que identifica seis diferentes conclusões possíveis.
Serão possibilitados pronunciamentos mais rápidos em relação à devoção popular e, como regra, a autoridade da Igreja não não estará mais envolvida em definir a sobrenaturalidade de um fenômeno que pode levar muito tempo para ser estudado.
Outra novidade é o envolvimento mais explícito do Dicastério para a Doutrina da Fé, que deverá aprovar a decisão final do bispo e terá o poder de intervir por motu proprio (normativa expedida pelo próprio papa) a qualquer momento.
Em muitos dos casos em que bispos opiniaram sobre as ocorrências dos supostos fenômenos, o ex-Santo Ofício foi envolvido, mas quase sempre a intervenção permaneceu nos bastidores e foi solicitado que não fosse tornada pública.
O que motiva agora esse envolvimento explícito do Dicastério é também a dificuldade de circunscrever fenômenos que, em alguns casos, atingem dimensões nacionais e até globais, "de modo que uma decisão relativa a uma Diocese pode ter consequências também em outros lugares”.
Justificativa das novas normas
O novo documento considera a experiência do século passado, quando casos em que o bispo local declarava rapidamente a sobrenaturalidade, e depois o Santo Ofício expressava uma opinião diferente.
Ou casos em que um bispo opinou de uma forma e seu sucessor de maneira oposta sobre o mesmo fenômeno. Foi considerado também o longo tempo necessário para avaliar todos os elementos e chegar a uma decisão sobre a sobrenaturalidade ou não dos fenômenos.
Riscos aos fiéis
Segundo informação do Vaticano, há casos em que eventos presumidamente sobrenaturais sejam apenas frutos de desejo por lucro, poder, fama, notoriedade social e interesse pessoal.
Existe ainda a possibilidade de os fiéis serem "arrastados por um fenômeno, atribuído à iniciativa divina, mas que é fruto somente da fantasia, do desejo de novidade, da mitomania ou da tendência à falsificação”.
Ainda que o Bispo Diocesano, as Conferências Episcopais ou o Dicastério declarem que os eventos não são de origem sobrenatural, a palavra final é do Papa, que poderá autorizar que se realize um procedimento a respeito.