27 de julho de 2024
IBGE

Mais escolarizadas, mulheres ganham menos do que os homens

Por Leonardo Vieceli | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Pixabay
A escolaridade maior das mulheres pode não se refletir em melhores oportunidades para as profissionais no mercado de trabalho

Dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).apontam que, no geral, as mulheres têm uma proporção maior com ensino superior completo na comparação com os homens. Entre a população feminina de 25 anos ou mais, esse percentual foi de 21,3% em 2022. Na parcela masculina, a porcentagem estava em 16,8%.

A escolaridade maior, contudo, pode não se refletir em melhores oportunidades para as profissionais no mercado de trabalho. Em 2022, o rendimento médio habitual de todos os trabalhos foi estimado em R$ 2.303, por mês, para as mulheres, considerando diferentes níveis de ensino. O valor equivale a 78,9% do recebido pelos homens (R$ 2.920), também em média. No início da série histórica, em 2012, a razão era de 73,5%.

A maior diferença de rendimento em 2022 estava no grupo que o IBGE chama de profissionais das ciências e intelectuais. As mulheres recebiam o equivalente a 63,3% da média dos homens (R$ 4.600 e R$ 7.268, respectivamente). Ao longo da série, é possível perceber um aumento na proporção de brasileiros com ensino superior completo.

Entre as mulheres de 25 anos ou mais, essa fatia cresceu de 14% em 2012 para 21,3% em 2022. Entre os homens da mesma faixa etária, a proporção subiu de 11% para 16,8%.

O percentual com ensino superior também aumentou em recortes mais detalhados. São os casos das mulheres pretas ou pardas (de 7,7% para 14,7%), das mulheres brancas (de 20,1% para 29%), dos homens pretos ou pardos (de 5,2% para 10,3%) e dos homens brancos (de 17,2% para 24,9%).

Mulheres brancas com ensino superior é quase o dobro do que pretas e pardas
O percentual de mulheres brancas com ensino superior completo é quase o dobro do registrado entre mulheres pretas ou pardas no Brasil, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2022, 29% das mulheres brancas de 25 anos ou mais tinham concluído esse nível de escolaridade. Entre as pretas ou pardas da mesma faixa etária, a proporção era de 14,7%, segundo o instituto. Os dados integram a terceira edição de uma síntese de indicadores sociais das mulheres, que reúne estatísticas de diferentes pesquisas.

No caso dos números do ensino superior, a fonte dos resultados é a Pnad Contínua, uma das principais publicações do IBGE. A divulgação da síntese coincide nesta sexta com a celebração do Dia Internacional da Mulher.

A desigualdade no acesso ao ensino superior também aparece entre a população masculina. Considerando os homens brancos de 25 anos ou mais, 24,9% tinham ensino superior completo em 2022. É mais do que o dobro do percentual verificado entre os pretos ou pardos da mesma faixa etária (10,3%).