27 de novembro de 2024
TECNOLOGIA

Perícia Digital em Deepfakes de Áudio. O que esperar nas eleições?

Por José Milagre |
| Tempo de leitura: 3 min

Os desafios enfrentados pela perícia técnica na detecção de áudios criados por Inteligência Artificial (IA), como as deepfakes, passam pela suficiência da amostra, sanitização e manutenção de metadados, como também a identificação de padrões dos geradores, o que impede que a perícia se valha de apenas uma metodologia. Neste sentido, a “análise multimodal” tem sido considerada a mais adequada, envolvendo análise de múltiplas fontes de dados e metadados, além do contexto e canais de transmissão, aliado a análises de percepção humana, sempre em busca da verdade entre os pontos controvertidos, o que já ecoa significativamente no dia a dia de um Expert.

Deepfakes e o período eleitoral

Com o surgimento da Inteligência Artificial (IA) generativa, um leque de possibilidades se abriu, além de inúmeros desafios para a sociedade que diariamente convive com criminosos e fraudadores digitais agindo de forma exploratória em um ambiente onde imagens, vídeos e áudios são modificados, acendendo assim um alerta para pessoas e autoridades.

Instrumento de guerra eleitoral

Durante o período de eleições e com a guerra eleitoral, notícias de deepfakes sofrem significativo aumento, o que acaba colocando políticos e figuras públicas em situações embaraçosas, já que a existência de um conteúdo desconexo da realidade pode comprometer o ponto de vista de eleitores e impactar significativamente no resultado dos votos.

Perícia digital

Com essa evolução tecnológica e o seu uso para más finalidades, uma atenção redobrada sob o prisma regulatório é necessária. No entanto, nem sempre a norma é suficiente para apurar todos os detalhes do caso. Em algumas demandas a perícia digital se demonstra extremamente necessária para enfrentar os desafios, bem como dar respostas sobre as criações de conteúdo por inteligência artificial, podendo comprovar se é conteúdo manipulado, sintético ou não.

Como se proteger de conteúdos falsos?

Personalidades políticas e comitês necessitam de monitoramento contínuo de redes sociais durante o período eleitoral. Com o auxílio de um profissional técnico, é possível realizar análises a partir de amostras de voz e conduzir uma investigação cibernética envolvendo  a quebra de sigilo de perfis que divulgam conteúdos e análises de ondas sonoras, como ferramentas de identificação de pontos de criação, além da análise de metadados que podem identificar a origem da estrutura dos arquivos e assim identificar onde, quem, quando e como o arquivo foi criado ou adulterado.

Oportunidade de mercado

Com o aumento na falsificação de áudios e vídeos, os processos eleitorais acabam sendo cada vez mais visados por criminosos, e as eleições deste ano sentirão o peso da IA usada para más finalidades.  Trata-se de um momento de crescimento da demanda para profissionais com Expertise Digital, já que o uso das tecnologias de adulteração têm se tornado cada vez mais comum e com isso o aumento de oportunidade na área de assistência técnica e peritos forenses para auxiliar no esclarecimento da verdade é latente, nas mais diversas áreas.

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