23 de novembro de 2024
RECEITA

Banana de capote

Por Sonia Machiavelli | Especial para a Sampi
| Tempo de leitura: 2 min

Ingredientes

Quando Cabral chegou o Brasil, encontrou indígenas comendo frutos que pareciam da mesma espécie. Só que uns eram de digestão fácil e outros precisavam ser cozidos antes do consumo. Eram tipos diferentes de banana. Como não a conheciam, os portugueses da expedição a dividiram em “Branca”, as primeiras, e “Pacova”, as segundas. Este último termo usado pelos índios ainda resiste no norte do país.

Com o decorrer do tempo, verificou-se que o tipo “Branca” predominava na região litorânea e o “Pacova” na Amazônia. As brancas seriam as bananas nanica, prata, ouro, maçã; pacovas, as da-terra, são-tomé, marmelo e outras.  O termo “banana” tem origem na costa ocidental da África e foi incorporado pelos portugueses ao seu idioma.

Não se pode indicar com exatidão a origem da bananeira, pois ela se perde na mitologia grega e indiana. Atualmente admite-se que seja oriunda do Oriente, do sul da China ou da Indochina. Há referências da sua presença na Índia, na Malásia e nas Filipinas, onde tem sido cultivada há mais de 4.000 anos. A história registra a antiguidade da cultura.

Pelo sabor, teor nutritivo e praticidade (é fruta que já vem embalada pela natureza!) a banana entra no ranking das mais consumidas no mundo, ao natural ou na composição de pratos. Do Nordeste, mais especialmente do Recife, vem a receita de “Banana de capote”, sobremesa amada pelos pernambucanos. Na sua origem era servida apenas como sobremesa. Atualmente, com a entrada do presunto junto à muçarela, tem servido como acompanhamento de pratos salgados. Mas foi como sobremesa que ela surgiu, ainda nos tempos coloniais. E para este fim, é melhor usar a banana prata.

Descasque, parta em duas no sentido do comprimento. Se forem grandes, corte ao meio. Numa frigideira grande, coloque manteiga, um fio de azeite (para a manteiga não queimar) e aqueça em fogo baixo. Assim que derreter, aumente a chama e junte os pedaços de banana, dois de cada vez, deixe dourar de um lado e vire de outro. Disponha em travessa refratária. Quando todas estiverem fritas, salpique uma mistura de açúcar e canela e cubra com fatia de queijo. O mais usado no Nordeste é o coalho, mas podemos empregar muçarela. O canastra meia cura fica muito bom também. Leve ao forno já bem quente apenas para derreter o queijo. Ao retirar do forno, cubra com mais canela e açúcar.

O nome deriva do fato de o queijo lembrar um capote em cima da fruta. Muito criativo o povo nordestino. E de muito bom gosto: essa sobremesa é irresistível, apesar de muito simples. Sirva bem quente.