O número de candidatas mulheres que tentam se eleger deputado estadual ou federal na RMVale aumentou 26% desde as eleições de 2018, mas ainda ficou abaixo do mínimo apontado pela legislação.
De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), as candidatas a deputada estadual e federal na região somam 43 postulantes neste ano contra 34 mulheres nas eleições de 2018.
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Na mesma comparação, os candidatos homens passaram de 104 para 113, um crescimento de 8,6%.
Na última eleição proporcional em 2018, a região contou com 138 candidaturas a deputado contra 156 neste ano, um aumento de 13%.
No entanto, a participação da mulher no total de candidatos aumentou pouco na região, passando de 25% em 2018 para 27,5% neste ano.
Em ambas as eleições a participação feminina ficou abaixo do mínimo de 30% apontados pela legislação nas disputas aos cargos proporcionais – deputado federal e estadual.
Quanto ao registro de raça e cor, de acordo com dados do TSE, a RMVale conta com 41 candidatos que se declaram pardos e pretos em 2022, o que representa 26,62% do total. Os brancos são 109 indicados, 70,78% da totalidade. Há ainda três candidatos que se declaram amarelos e um indígena.
Para Dora Soares, cientista Social e Política, o machismo não se alterou no país e sobrecarrega a mulher, que vê pouca estrutura e incentivo para entrar na política. “Se ainda há uma mulher espancada a cada 15 minutos, como ela vai para a política”, disse.
“Mais da metade das famílias brasileiras é liderada por mulheres, somada pela sobrecarga de trabalho não tem como ela entrar na política. Temos baixos salários, poucas creches. Não tem espaço alternativo aos adolescentes nas escolas, política de cultura”, completou.
VOTO FEMININO
Em contraste, o voto feminino é cada vez mais decisivo no Vale. As mulheres são capazes de decidir uma eleição.
Neste ano, o eleitorado da região chegou a 1,96 milhão e ficou à frente dos 1,83 milhão de 2018, segundo dados oficiais do TSE.
Do total, 53% mulheres: 1,04 milhão de eleitoras. Os homens ficaram com 47% da fatia eleitoral, com 925,3 mil cadastrados.
Não bastasse a diferença percentual, também são as mulheres que mais aumentaram a participação no eleitorado da região, comparando as eleições deste ano com as de 2014.
Naquele ano, a região tinha um eleitorado de 1,75 milhão de pessoas, de acordo com o TSE. Os homens já eram minoria, mas a margem era menor do que hoje. Em 2014, os eleitores masculinos chegavam a 858,9 mil (49%) e os femininos a 893,9 mil (51%).
As mulheres cresceram 16,7% desde então e o eleitorado e os homens aumentaram 7,7%. No geral, o eleitorado da região cresceu 12% desde 2014.
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