Com 1,12 milhão de habitantes, a microrregião entre os municípios de Taubaté e Cruzeiro abriga cidades com os maiores índices de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes do estado de São Paulo, de acordo com dados da SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública).
Os números mostram o tamanho do desafio à segurança pública que a microrregião escancara aos olhos da sociedade civil e do poder público, cujas ações ainda se revelam insuficientes para reduzir a violência contra a vida na RMVale.
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A região tem nada menos do que seis entre as 10 primeiras cidades do estado com as maiores taxas de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes de São Paulo, sendo que cinco delas estão na microrregião: Taubaté, Pindamonhangaba, Lorena, Guaratinguetá e Cruzeiro – a outra é Caraguatatuba, no Litoral Norte.
Além dos municípios da região, o ‘top 10’ da violência do estado traz as cidades Rio Claro, Araçatuba, Hortolândia e Birigui.
Quase todas as cidades têm taxa acima de 10 mortes por 100 mil habitantes, patamar em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica a violência como epidêmica.
Os dados levam em conta os homicídios registrados entre janeiro e julho de 2022, de acordo com a estatística oficial da SSP.
Dentro da microrregião, as cidades do Vale Histórico e do Circuito da Fé estão entre as mais preocupantes, com recorde de homicídios por 100 mil habitantes em municípios que recebem cerca de 15 milhões de turistas todos os anos.
Atualmente, Cruzeiro é a cidade que mais desafia as forças públicas de segurança, com 27,75 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, um dos maiores índices do estado – média estadual é 6,47. O município registra 23 mortes nos sete meses de 2022 contra 18 no mesmo período do ano passado, um aumento de 27%.
Lorena vem logo atrás, com taxa de 22,34 vítimas por 100 mil e 20 mortes violentas neste ano, contra 8 no ano passado, um incremento de 150%.
Capital da fé católica no Brasil, Aparecida registra taxa de 19,33 vítimas de homicídio por 100 mil, com 7 mortes contra 2 no ano passado, um salto de 250%.
Pindamonhangaba aparece em seguida, com taxa de 13,96 e aumento de 41% nos crimes violentos – 24 assassinatos contra 17 em 2021. Em seguida está Guaratinguetá, cuja taxa é 12,18 e que teve 50% a mais em mortes violentas neste ano ante o ano passado: 15 a 10.
A única cidade da microrregião a ter taxa abaixo de 10 é Taubaté, que vem conseguindo reduzir os crimes violentos em 2022. A cidade fechou os sete primeiros meses com 24 homicídios contra 30 no ano passado, uma redução de 20%. Com isso, a taxa da cidade ficou em 7,48, abaixo do limite epidêmico apontado pela OMS.
No geral, toda a área entre Taubaté e Cruzeiro – 26 cidades – soma 132 mortes em homicídio em 2022 contra 111 no ano passado, crescimento de 18,9%. Com isso, a microrregião tem 11,75 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes.
O índice só não é maior pelo impacto positivo das cidades pequenas, que registraram poucos homicídios ou até nenhuma morte violenta ao longo do período, como Areias, São José do Barreiro e Silveiras.