O governo federal anunciou alterações nas regras do abono salarial (PIS/Pasep) que começam a impactar os trabalhadores a partir de 2026. A principal mudança é a redução gradual do limite de renda para receber o benefício, hoje destinado a quem ganha até dois salários mínimos.
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O que é o abono salarial
É o benefício pago anualmente a trabalhadores formais que recebem até dois salários mínimos e que cumprem requisitos como tempo mínimo de trabalho e inscrição no PIS/Pasep.
O valor é proporcional ao número de meses trabalhados no ano-base e calculado tomando como referência o salário mínimo.
O que muda a partir de agora
A alteração anunciada pelo governo não modifica o valor do benefício, mas muda quem poderá recebê-lo.
Limite de renda será reduzido
Atualmente, o abono é pago a quem ganha até dois salários mínimos.
Pelas novas regras, esse teto será reduzido gradualmente até chegar a 1,5 salário mínimo por volta de 2035.
A transição começa com uma renda inicial de R$ 2.640 em 2025, reajustada anualmente pelo INPC.
Segundo o governo, o objetivo é focalizar o abono em trabalhadores de baixa renda, já que o salário mínimo vem se aproximando do rendimento médio do país e ampliando o número de beneficiários além do público originalmente previsto.
Por que o governo mudou a regra
O Ministério da Fazenda afirma que o abono passou a ser pago a um número cada vez maior de pessoas, inclusive a trabalhadores com maior renda. Com isso, o programa perdeu parte do seu foco original. A mudança busca recuperar a “progressividade” do benefício e reduzir distorções orçamentárias, sem diminuir o valor pago a quem continua elegível.
Quando as novas regras passam a valer
As mudanças de critério começam legalmente em 2025, mas só terão efeito prático em 2026, porque o abono usa como referência a folha salarial de dois anos anteriores.
Como será a transição até 2035
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2025: limite inicial fixado em R$ 2.640
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A partir de então: reajuste anual pelo INPC
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Redução gradual até atingir o equivalente a 1,5 salário mínimo por volta de 2035
O valor do abono continua proporcional aos meses trabalhados e baseado no salário mínimo do ano de pagamento
O que muda para o trabalhador
Para quem continua elegível
Nada muda no cálculo: o valor continua proporcional ao período trabalhado e vinculado ao salário mínimo.
Para quem sairá do programa
Segundo estimativas do governo, até 3 milhões de pessoas podem deixar de receber o abono até 2030, dependendo do comportamento do mercado de trabalho.
Impacto fiscal previsto
A mudança deverá gerar economia de R$ 24,8 bilhões entre 2025 e 2030.
O valor resulta da redução no número de beneficiários e da nova regra de reajuste do salário mínimo dentro do Regime Fiscal Sustentável.
O abono muda outros direitos trabalhistas?
Não. As alterações não afetam 13º salário, férias, FGTS ou seguro-desemprego.
O abono salarial segue sendo um benefício independente.
Comentários
2 Comentários
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MARCELO SIQUEIRA DA SILVA 18/11/2025So quem paga a conta e mais pobre como sempre ai o ano que vem esses senadores que o nosso voto -
Andre moraes 18/11/2025Com isso sobra mais dinheiro pro governo roubar