NA BATISTA

Sem troco, comerciantes de Bauru usam Whats para ajuda mútua

Por Isabela Holl | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Isabela Holl
Volume de clientes que compram com 'dinheiro vivo' caiu muito, mas alguns ainda preferem notas
Volume de clientes que compram com 'dinheiro vivo' caiu muito, mas alguns ainda preferem notas

Com pagamentos em dinheiro vivo cada vez mais escassos, comerciantes do Calçadão da Batista de Carvalho têm encontrado dificuldades em dar o troco em cédulas e moedas. Para driblar o problema, eles recorrem a grupo de WhatsApp formado por gestores e empresários. Frente à necessidade, o jeito é pedir ajuda para contemplar o cliente.

A criação do PIX, em 2020, agravou a escassez, segundo a pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro" do Banco Central. Ela mostra que o uso do dinheiro vivo como meio de pagamento diminuiu de 60% para 22%, entre 2018 e 2024.

"Trabalho com comércio há 8 anos e, desde que começou o PIX, as cédulas diminuíram muito. A gente tem certa dificuldade para conseguir troco. Hoje em dia, na minha loja, cerca de 75% dos pagamentos são em PIX, débito ou crédito. A gente acaba sendo refém do banco, porque essas transações têm taxas, mas, por outro lado, temos mais segurança, uma vez que o caixa da loja não tem mais valores altos", conta o empresário Eduardo Brito.

Já a gerente de loja Joyce Alvarenga conta que ainda recebe pagamentos em dinheiro todos os dias, porém, em comparação com as outras formas de pagamento, a quantidade é menor. "Os clientes pagam em notas grandes atualmente, como R$ 100 ou R$ 200. Se for compra de valor pequeno, às vezes falta troco, sim. Nós perguntamos se eles têm cédulas menores para facilitar, mas não costumam ter", explica.

Alvarenga afirma que quando faltam as notas, eles buscam a ajuda de outros comerciantes ou vão ao banco. "Em dias de pagamentos e nos finais de ano, recebemos cédulas em maior quantidade. Trabalho aqui há um ano e meio e cada vez diminui mais o uso do dinheiro", reitera.

Para Carina Silva, gerente de outro estabelecimento, o maior problema são as moedas. "A gente até acaba preferindo o pagamento em PIX, porque assim não temos que dar o troco. Nunca passamos um problema com isso, mas sempre vemos alguns vendedores correndo entre lojas para conseguir as notas ou pedirem no grupo de WhatsApp", conta.

Silva afirma que a maioria das pessoas que faz compras em dinheiro vivo costuma ser um pouco mais velha, enquanto os jovens usam, quase exclusivamente, transações virtuais.

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