EM BAURU

Morre o juiz aposentado Abel Cortez, o 1º matriculado da ITE

Isabela Holl
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Divulgação
Abel Apparecido Cortez e sua esposa Marly Paes de Barros Cortez (em memória)
Abel Apparecido Cortez e sua esposa Marly Paes de Barros Cortez (em memória)

Aos 92 anos, o juiz aposentado Abel Apparecido Cortez morreu, na manhã desta quarta-feira (1), dia de Ano Novo. Ele foi o primeiro aluno matriculado pela Instituição Toledo de Ensino (ITE), onde, posteriormente, tornou-se diretor eleito por votação estudantil.

A despedida acontece no Centro Velatório Terra Branca e o sepultamento será nesta quinta-feira (2), no Cemitério da Saudade, às 9h. Abel, que enfrentava um câncer no pâncreas, deixa três filhos, Abel Fernando, Luiz Ricardo e Ana Paula; seis netos e um bisneto. 

Luiz Ricardo ressalta que o pai sempre foi muito atencioso com a família e era uma pessoa de muitos amigos. Acrescenta que ele tinha como características a humildade, dedicação e procurava ajudar os demais. “Meu pai era muito disciplinado, persistente e trabalhador. Sempre buscava solucionar os problemas”, destaca.

O juiz aposentado participou ativamente da história de Bauru. Em 1952, na prova para o ingresso na faculdade de Direito da ITE, ele foi entrevistado por Ulysses Guimarães, político que veio a ser presidente da Assembleia Nacional Constituinte durante a promulgação da Constituição de 1988. Foi ele quem concedeu a nota dez que tornou Abel o primeiro matriculado da ITE, conforme o JC divulgou.

Enquanto ainda era estudante de Direito, foi aprovado no concurso público para a rede ferroviária de Bauru, antiga Noroeste do Brasil (NOB). Luiz conta que o pai começou na NOB com 16 anos, onde trabalhou por aproximadamente 3 décadas. “Ele foi diretor de quase todos os departamentos, viveu muito em função da estrada de ferro, porque ele adorava”, conta.

No final da década de 70, Abel começou a perceber o declínio das ferrovias e prestou concurso para juiz, sendo aprovado em 1978. Nessa função, atuou em diversas cidades paulistas, incluindo a 2ª Vara Cível de Bauru. Ele exerceu o ofício enquanto também lecionava na ITE, sendo o primeiro diretor a ser escolhido pelos alunos em uma votação interna da faculdade. Em entrevista ao JC, em 2012, o juiz aposentado relembrou desse momento com muito orgulho.

Luiz conta que mesmo após a aposentadoria, seu pai continuou trabalhando como advogado. “Com uma idade avançada ele ainda advogava. Foi parar com cerca de 80 anos”, comenta. Abel também foi sócio-fundador da Sociedade Hípica de Bauru, da qual foi diretor, onde também aproveitou momentos de lazer entre amigos e família.

Familiares com Abel Apparecido Cortez durante confraternização

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