CULTURA

Lua de mel do setor cultural com o governo federal chega ao fim

da Redação
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Divulgação
Mariza Leão, produtora
Mariza Leão, produtora

As críticas que se avolumaram neste ano ao governo Lula mostram que chegou ao fim a lua de mel entre o mandatário e o setor cultural. A vitória do petista foi recebida como um alento após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter reduzido o Ministério da Cultura a uma secretaria e transformado a classe artística em alvo de ataques frequentes.

No entanto, após dois anos de mandato, o clima é de impaciência com a atual gestão. No começo deste mês, profissionais do audiovisual divulgaram uma carta aberta demonstrando preocupação com o que classificam como falta de rumo da política cinematográfica brasileira. A morosidade na regulamentação do streaming é uma das principais críticas. A medida é considerada importante para fortalecer o mercado nacional diante do avanço das plataformas de streaming, como Max e Netflix. Um projeto de lei em tramitação no Congresso prevê a contribuição dessas empresas de até 6% da receita anual bruta para o Condecine, a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional. Os recursos desta contribuição compõem o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), criado para desenvolver e financiar a cadeia produtiva do setor. O projeto, porém, está travado na Câmara dos Deputados.

Membro do Conselho Superior do Cinema, Gabriel Pires diz que o governo deveria se empenhar mais para acelerar a regulamentação. Mariza Leão, uma das principais produtoras de cinema do Brasil, faz eco a essa avaliação. "Não existe um empenho político do governo na direção de uma regulamentação do streaming à altura da importância da indústria audiovisual no Brasil", diz ela, que produziu filmes como "Guerra de Canudos".

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