FAMÍLIA

Abandono de pets pós-Natal cresce 30% e põe protetores em alerta

Por Redação |
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Luna, filhote (dir.), adotada pela primeira vez; e maior (esq.), quando foi devolvida
Luna, filhote (dir.), adotada pela primeira vez; e maior (esq.), quando foi devolvida

O fim do ano é sinônimo de alerta para projetos e ONGs da causa animal: o abandono de pets, nas ruas, abrigos e até hotéis ou creches para animais, aumenta cerca de 30% no período. “Nesse período do ano, a caixa de mensagens bomba de gente querendo doar os animais por qualquer motivo, como se fossem objetos adquiridos que podem ser descartados. Recentemente, tivemos um pedido de resgate, pois uma parente da tutora estava doente e os gastos com remédios aumentaram. Que outra opção ela teria a não ser doar o animal que já está há anos com ela, não é mesmo?’’, ironiza Gisela Mattos, CMO e cofundadora do Pet Chef Chico, empresa de alimentação natural para pets que desenvolve um projeto de resgate e adoção de animais.

Maria Mattos, que coordena o projeto Chico Adota, revela que há um padrão nos casos de abandono e pedidos de resgate. "Normalmente, todos são vira-latas, e estes são os mais difíceis de doar, já que muitos preferem cães de raça’’, afirma.

Gisela observa que o problema acontece porque as pessoas enxergam os pets como um fardo, sem os ver como uma responsabilidade a longo prazo. “É preciso pensar antes de adotar. O animal é uma vida, que você vai ter que cuidar por, no mínimo, uns 15 anos. Você terá, inevitavelmente, mais responsabilidades, porque é um novo ser na conjuntura familiar’’, conta.

Pet não é presente

Outra situação comum é o abandono de pets que são doados como presentes para crianças ou adultos. “Quando o pet cresce, ele começa a incomodar, perde o encanto, e a pessoa abandona. Então, quando doamos um animal, somos mais rígidos nos questionários para garantir que todos da casa realmente queiram aquele animal, evitando que ele seja visto como um presente indesejado", explica Maria.

Esse foi o caso de Luna, resgatada e adotada enquanto filhote no Lar Temporário de Cajamar, São Paulo. ‘’Aos 9 meses, ela foi devolvida, pois estava grande demais e não cabia mais no lar. Felizmente, pudemos acolhê-la de volta, e recentemente, ela pôde ter um novo lar’’, conta Camilla Freitas, responsável pelo cuidado dos animais no abrigo. Camilla conta que esses casos não são isolados, e que é preciso uma mudança de mentalidade para contornar essa realidade: ‘’é simples, a adoção de sucesso só ocorre se o pet for visto como um membro da família, porque precisa ter aquele entendimento de que, se é um membro, para onde você for, ele precisa ir junto. Não adianta você adotar e daqui a um tempo você decidir devolvê-lo por qualquer problema que aparecer. Não é assim que funciona.’’

Faça sua parte

O programa Chico Adota, do Pet Chef Chico, realiza um trabalho essencial ao encontrar lares para animais resgatados, promovendo a adoção consciente. "Queremos garantir que cada pet encontre uma família que o acolha e cuide dele para sempre", afirma Maria Mattos.

O programa também incentiva as pessoas a não ignorarem animais abandonados. "Encaminhar um animal para um lar temporário parceiro é uma maneira de ajudar sem mudar drasticamente sua vida. É sobre fazer a diferença na vida de um animal sem criar um fardo insustentável para si", finaliza Gisela.

Antes de adotar

  • Entenda que adoção envolve um compromisso a longo prazo;
  • Garanta que todos na casa concordam com a adoção;
  • Não dê um pet como presente surpresa;
  • Considere os custos de cuidados e alimentação antes de adotar;
  • Certifique-se de que o pet se encaixa na sua rotina e estilo de vida;
  • Planeje um período de adaptação sem grandes mudanças ou viagens logo após adotar;
  • Garanta que haja uma boa conexão entre você e o animal durante o processo de adoção.

Comentários

Comentários