A polícia alemã prendeu na terça-feira oito supostos integrantes de uma organização de extrema direita, informou o Ministério Público do país.
Leia também: Itália diz que não vai devolver à Alemanha estátua comprada por Hitler
Os detidos, incluindo alguns adolescentes e menores de idade, seriam parte de um grupo de cerca de 15 a 20 pessoas chamado Sächsische Separatisten, ou Separatistas Saxônicos, conhecido por suas ideias racistas, antissemitas e de teor apocalíptico, segundo o comunicado do órgão.
“Seus membros compartilham uma forte rejeição à ordem democrática e acreditam que a Alemanha está próxima de um ‘colapso’”, diz a nota.
O grupo planejava tomar o controle do estado da Saxônia e possivelmente de outras regiões do leste da Alemanha, com o objetivo de implantar uma estrutura de governo inspirada no Nacional-Socialismo.
“Até a limpeza étnica estava entre os planos cruéis desse grupo”, afirmou o ministro da Justiça, Marco Buschmann, em comunicado. Ele destacou que as prisões mostram que a democracia e o estado de direito alemão estão sob ameaça por diversos lados e defendeu a necessidade de “fazer tudo para proteger nossa democracia de seus inimigos”.
Os oito homens foram capturados em diferentes cidades da Saxônia, e o líder do grupo foi preso na Polônia. A operação mobilizou mais de 450 policiais, incluindo forças especiais, que realizaram buscas em 20 locais.
Desde sua fundação em 2020, o grupo extremista vinha se preparando para um cenário de colapso que acreditavam ser iminente e violento. Segundo o Ministério Público, os membros do grupo — incluindo os presos — realizaram treinamentos paramilitares, com práticas de combate urbano, uso de armas de fogo e manuseio de equipamentos militares, como uniformes de camuflagem, capacetes, máscaras de gás e coletes à prova de balas.
Outros sete suspeitos foram alvos das operações, mas não foram detidos.
A Alemanha já realizou diversas prisões de grupos de extrema direita que visavam derrubar o governo. Em 2022, por exemplo, um grupo chamado Reichsbuerger planejou invadir o Parlamento em Berlim e prender legisladores, com a intenção de negociar uma nova ordem política com a Rússia.
O governo e autoridades de segurança alemãs têm alertado há anos sobre a crescente ameaça que extremistas de direita representam para a democracia do país.
