Os efeitos da estiagem, que começou em abril, são sentidos no campo. A crise hídrica tem causado prejuízos à produção de café na região da Alta Mogiana, que inclui Franca. Estima-se que o déficit esteja próximo dos 400 milímetros.
A seca tem causado desfolha nas plantações de café, um mecanismo de defesa natural adotado pela planta para enfrentar a falta de água e as altas temperaturas. "É notório que teremos perdas na produção da safra 2024/2025”, afirmou o produtor e agroinfluenciador de Ribeirão Corrente, Rafael Stefani.
Embora ainda não seja possível estimar o prejuízo financeiro, Stefani alerta que o impacto pode ser ainda maior caso as chuvas não voltem em breve.
O engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, Marcelo Jordão, disse que a perda de folhas no período que antecede a florada compromete a produção. “Sem uma quantidade adequada de folhas, o pegamento das flores é baixo, e muitas delas acabam abortando, não se transformando em frutos”.
A maior preocupação do setor é que as chuvas esperadas para o fim deste ano possam não ser suficientes para recuperar a safra de café de 2025. Jordão completa: "As chuvas não revertem os prejuízos, mas paralisam as perdas”.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) recalculou suas projeções para 2024, estimando uma queda de 0,5% na produção nacional, o que totaliza 54,79 milhões de sacas de café.
Comentários
3 Comentários
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Darsio 07/10/2024Torno a reforçar que, os agropecuaristas deveriam ser os primeiros a defender uma agenda ambiental de recuperação e conservação dos nossos biomas. Muitos necessitam se recuperar da embriaguez de ignorância e entender que o cerrado é fundamental para a conservação do volume de água de quase todas as nossas bacias hidrográficas, daí o título de caixa d\'água do Brasil. Assim como a Amazônia é de crucial relevância para a manutenção do volume de chuvas no centro-sul do país. E, por fim, a manutenção da caatinga é a única barreira para se evitar a desertificação no Nordeste. Logo, a defesa do meio ambiente não pode ser vista como pauta de direita ou de esquerda, mas de sobrevivência da própria espécie humana, notadamente os socialmente mais vulneráveis. Que tal uma agropecuária sustentável?
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Rubens 06/10/2024E essa grande leva de engenheiros agrônomos, que estão mais pra vendedores de veneno, que ainda não descobriu o óbvio, que sem floresta não há chuva. Ainda sustentam a falácia de que o Agronegócio é \"high tech\".
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Darsio 05/10/2024Pois é! Os esquerdistas são taxados de comunistas, pois dentre suas pautas de defesa está a questão ambiental. Nos últimos anos, os parlamentares de direita, que como sabemos são a voz do agro, aprovaram trocentas leis para facilitar o desmatamento e enfraquecer os órgãos de fiscalização ambiental. Até mesmo, funcionários públicos foram assassinados por fazendeiros, no cumprimento de seus deveres e, ex-ministro que está envolvido com a exportação ilegal de madeira, foi eleito deputado. Digo, o Ricardo Sales. E, esses senhores que, na ampla maioria defendem e promovem essa política de devastação ambiental, agora estão sentido na própria pele as consequências de tudo isso. Ignorantes, não sabem que as chuvas que nutrem e hidratam suas lavouras se formam em grande parte, pela umidade que se desloca da Amazônia por meio dos rios voadores. Umidade que que se forma pela evapotranspiração da floresta. Mas, que floresta mesmo? Oras, o agro está se encarregando de destruí-la. E aí, fazendeiros! O discurso Deus, pátria e família não está causando chuvas sobre as suas lavouras? Oras! Deus não é brasileiro, liberal, defensor dos lucros, digo, dos bons valores?