A Polícia Civil do Distrito Federal (DF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (10), a Operação Dog Head, contra integrantes da facção FDN (Família do Norte), responsável por tráfico de drogas interestadual, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e integração em organização criminosa, com atuação no Distrito Federal e ramificações em outros estados.
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A Dog Head (Cabeça de Cachorro, em referência à região conhecida como Cabeça do Cachorro, na divisa com Colômbia, Peru e Venezuela, no estado do Amazonas), da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor) cumpre 127 medidas judiciais. Destas, 25 são mandados de prisão temporária, 51 mandados de busca e apreensão, 27 ordens de sequestros de bens móveis e imóveis e 25 ordens bloqueios de contas bancárias.
O objetivo central da operação é desarticular a organização criminosa de alcance nacional, cumprindo mandados de prisão contra os que operam tanto na venda de drogas no varejo, quanto na comercialização e transporte no atacado. Fornecem, inclusive, drogas para uma facção criminosa oriunda do Distrito Federal.
Foram também executados mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e em pessoas jurídicas associadas aos membros da facção, para arrecadar provas e apreender drogas, armas e outros itens vinculados aos crimes.
Amplitude da operação
No DF, houve diligências em em Brasília e em outra regiões como Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga Sul, Samambaia, Grande Colorado (Sobradinho), Gama, Setor de Mansões Park Way, Asa Norte, Riacho Fundo, Guará, Riacho Fundo II, Lago Norte, Vicente Pires, Setor Sudoeste, Cruzeiro Velho, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e Ponte Alta Norte.
Em outros estados, as ordens judiciais foram cumpridas em Goiânia/GO, Senador Canedo/GO, Trindade/GO, Valparaíso/GO, Maceió/AL, Timbau do Sul (Pipa)/RN, Manaus/AM, Tabatinga/AM e Boa Vista/RR.
Lavagem de dinheiro
Em consequência da investigação, voltada principalmente para a apuração do crime de lavagem de dinheiro praticado pelo grupo, foi decretado o sequestro judicial de um imóvel, veículos e valores em inúmeras contas bancárias vinculadas aos investigados, laranjas e empresas fictícias utilizadas no esquema, com objetivo de estancar o fluxo financeiro e enfraquecer a estrutura econômica da organização.
A investigação revelou um esquema sofisticado de lavagem de capitais, via empresas de fachada, com a movimentação de R$ 200 milhões destinados à compra de drogas e manutenção das operações criminosas.
Na operação, foram empenhados 196 policiais civis do DF, incluindo agentes de unidades especializadas e 117 policiais das Polícias Civis de Goiás (PCGO), Rio Grande do Norte (PCRN), Amazonas (PCAM), Roraima (PCRR) e Alagoas (PCAL).
A ação também contou com a participação de outras entidades operacionais da PCDF, como o Departamento de Polícia Especializada, a Divisão de Operações Especiais e a Divisão de Operações Aéreas, assim como do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A investigação que culminou na Operação Dog Head investiga a participação de ex-integrantes da extinta FDN, que atuam no norte do Brasil em atividades ilícitas complexas, como a movimentação de grandes cargas de drogas e o uso de empresas de fachada para movimentação de recursos financeiros.
Dog Head
A região conhecida como Cabeça do Cachorro, no Amazonas, é estratégica para o tráfico de drogas, já que serve de ponto de passagem e distribuição de drogas adquiridas pelas organizações criminosas.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e integração em organização criminosa, com penas que, somadas, podem ultrapassar 41 anos de reclusão.