A capital venezuelana, Caracas, foi palco de intensos panelaços nesta segunda-feira, 29, uma forma de protesto da oposição, após a declaração de Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais realizadas no domingo (28).
De acordo com o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) -que é amplamente visto como uma extensão do governo, já que é liderado por um aliado do presidente-, Maduro teria obtido 51,2% dos votos, totalizando aproximadamente 5,15 milhões, enquanto o principal adversário, Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática, ficou com 44%, representando cerca de 4,45 milhões de sufrágios.
Desde 2013 no poder, Maduro anunciou sua reeleição antes mesmo da divulgação oficial dos resultados pelo CNE.
A participação eleitoral foi de 59%, mas críticos questionam a legitimidade do processo, que não possui um segundo turno e é caracterizado por um sistema de votação não obrigatório.
Os panelaços na manhã de hoje duraram mais de 20 minutos e refletem a insatisfação entre os venezuelanos que não reconhecem a vitória de Maduro. Enquanto muitos no país se manifestam contra os resultados, ao menos 14 países das Américas, incluindo os Estados Unidos, expressaram sua falta de confiança na apuração, pedindo mais transparência. Em contrapartida, nações como Cuba, Rússia, China e Bolívia parabenizaram Maduro e reconheceram os resultados como válidos.
Após a divulgação do resultado, Maduro fez um discurso a seus apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, onde declarou que sua reeleição representa um “triunfo da paz e da estabilidade” e reafirmou seu compromisso em combater o que chamou de “fascismo” no país. Entretanto, as circunstâncias e os questionamentos sobre a transparência da eleição levantam dúvidas sobre a verdadeira aceitação popular de seu governo, enquanto os panelaços ecoam como um sinal de descontentamento nas comunidades mais afetadas pela crise econômica e política.