Nos últimos anos, a nutrição tem sido com frequência ligada a debates sobre quais alimentos são "bons" e quais são "ruins". Essa polarização muitas vezes leva a um cenário onde alguns profissionais da área acabam demonizando alimentos gordurosos, como os famosos fast-foods, criando um ambiente de medo em seus pacientes ao invés de promover hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis.
A situação se torna ainda mais grave por conta de influenciadores digitais, que têm adotado uma abordagem radical ao promover dietas que eliminam categoricamente certos alimentos. Isso não apenas confunde os consumidores, mas também pode levar a transtornos alimentares e a uma relação negativa com a comida.
No entanto, outros profissionais preferem mudar esse paradigma. A nutricionista Brenda Tomin, 31 anos, é defensora de uma abordagem mais equilibrada e inclusiva, que prova ser possível desfrutar de uma variedade de alimentos enquanto os pacientes ainda se mantém saudáveis. "Em vez de demonizar, é importante educarmos os pacientes sobre escolhas inteligentes e trocas nutritivas que podem ser feitas sem comprometer a saúde", explica.
Segundo Tomin, o segredo para uma alimentação saudável está em cultivar um relacionamento respeitoso com os alimentos. "Não se trata de proibir alimentos, mas de encontrar um equilíbrio que funcione para cada indivíduo. Podemos incorporar todos os grupos alimentares em uma dieta equilibrada, desde que seja feito de forma consciente e com moderação", afirma. Os grupos alimentares são categorias de alimentos que compartilham propriedades nutricionais semelhantes. Eles são essenciais para garantir uma dieta equilibrada e saudável. Os principais grupos são cereais e derivados, leguminosas, verduras e legumes, frutas, laticínios, carnes e ovos e doces.
"Cada grupo alimentar fornece nutrientes essenciais que desempenham funções específicas no corpo. Por isso, é importante incluir uma variedade de alimentos de todos os grupos na dieta para garantir uma nutrição completa e equilibrada."
Essa abordagem não apenas promove uma saúde física melhor, mas também apoia uma relação positiva com a comida. "Ao invés de sentir culpa por indulgências ocasionais, os pacientes são encorajados a entender como cada escolha alimentar pode contribuir para seu bem-estar geral", pontua.
Ela continua: "Vivemos em um mundo onde a informação sobre nutrição pode ser confusa e contraditória, por isso é crucial que os profissionais de saúde alimentar adotem uma abordagem que capacite seus pacientes a se alimentarem sozinhos. Nutrição não deve ser um jogo de 'tudo ou nada', mas sim um momento de aprendizado e descoberta de como viver bem através de escolhas alimentares conscientes", finaliza.
