CUIDADOS

Variações climáticas atingem saúde respiratória antes do inverno

Mesmo em abril, as doenças e irritações, típicas de meses mais frios e secos, vêm à tona

Por Nathália Sousa | 24/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Reprodução

A falta de chuva deixa o ar com baixa umidade e a baixa umidade deixa as pessoas mais suscetíveis a problemas respiratórios
A falta de chuva deixa o ar com baixa umidade e a baixa umidade deixa as pessoas mais suscetíveis a problemas respiratórios

Já não surpreende ninguém haver dias quentes em pleno inverno ou dias frios durante os meses do verão. Essas mudanças climáticas, além de alterar uma série de fatores, como a agricultura, também impactam a saúde. No mês de abril, que é outuno, as chuvas não costumam ser muito volumosas, mas vêm, ano após ano, com grandes variações. Neste ano há pouca chuva e, por consequência, a irritação das vias respiratórias, bem como as infecções, aumentam desde já, antes do início do inverno, que costuma concentrar este tipo de caso pelo frio característico e ar mais seco.

Neste ano, o mês de abril tem, até o momento, 16 milímetros de chuva. O dado é da Defesa Civil do município, que tem, desde 2012, números da chuva mês a mês na cidade, e registra média de 99 milímetros para abril. Desde o dia 17, não chove em Jundiaí, segundo a medição diária feita pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) na cidade. Por consequência a umidade relativa do ar também cai.

CUIDE-SE

Pneumologista, Ericson Bagatin diz que o ar seco acaba causando impactos. "Com essas alterações climáticas, associadas ao aquecimento global, você já não consegue separar nitidamente as estações. Este período é crítico, porque tem baixa umidade e isso já agride as mucosas e o aparelho respiratório, que vai do nariz até os alvéolos. Com mudança brusca de temperatura, tem poluição, umidade baixa e a tendência das pessoas se aglomerarem quando esfria. Tudo isso causa doenças respiratórias, viroses."

O médico explica que os tratamentos precisam levar em conta quem já tem alguma condição que sensibiliza o aparelho respiratório. "Tem que dividir entre quem tem e quem não tem doença respiratória. Quem tem uma rinite, por exemplo, já é mais vulnerável. Outro fator que costuma ser agravante é o ar-condicionado, porque além de esfriar desproporcionalmente o ambiente, ele resseca o ar. Pessoas com asma, rinite, sinusite têm que hidratar bem as mucosas com soro fisiológico e, se a doença se manifestar, já tomar o medicamento, para se adiantar e evitar infecções, que podem ter complicações. A rinite é a doença alérgica mais comum, que pode provocar sinusite."

Ericson explica que quem não tem doença respiratória precisa apenas se atentar ao básico: a hidratação. "Se a pessoa não tem doença alérgica, a hidratação oral é o primordial. Beber bastante líquido já é suficiente, porque a pessoa precisa estar hidratada para as mucosas estarem hidratadas. Se a pessoa tem pigarro, por exemplo, já é um sinal de mucosa desidrata", alerta.

Já sobre a medicação por conta, o médico ressalta que deve haver cuidado. "Loratadina, se a pessoa não tem alergia, não tem razão para usar, até porque antialérgico pode causar sonolência. É preciso ter um diagnóstico para usar medicamento. O estado gripal causa febre, congestão nasal, tosse, mas, em fases iniciais, a pessoa pode usar medicação mais genérica, como antigripal. As medicações específicas precisam de prescrição médica", lembra.

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