ARTIGO

De que lado fica a asa da xícara? Uma análise além do trivial

23/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Ao segurar uma xícara de café ou chá, você já se perguntou de que lado fica a asa? Essa questão aparentemente simples pode gerar diversas reflexões, indo além do óbvio. Afinal, por que as xícaras têm asas? E qual o significado por trás dessa escolha aparentemente banal?

As asas das xícaras foram inventadas como um complemento funcional, posicionadas estrategicamente do lado de fora do recipiente. A necessidade de segurar uma xícara quente ou gelada sem queimar as mãos ou sentir o desconforto do frio levou à incorporação dessa pequena alça ao design das xícaras. Seja para servir um café fervendo ou uma bebida gelada, a asa proporciona conforto e praticidade ao usuário.

Quando nos deparamos com a pergunta sobre de que lado fica a asa da xícara, inicialmente podemos pensar que a resposta depende se somos destros ou canhotos. No entanto, essa questão vai além da preferência individual. É uma pegadinha, pois a asa da xícara sempre fica do lado de fora, independente da mão dominante de quem a segura.

Essa simples pergunta sobre a posição da asa da xícara nos leva a refletir sobre a polaridade, um conceito recorrente em diversos aspectos da vida. Assim como na xícara, onde o dentro e o fora são claramente distinguíveis, muitas vezes nos prendemos a polaridades em outras situações, esquecendo-nos do que está contido no recipiente e quem é o consumidor. Assim, quando queimar a boca com um café bem quente ou ao sentir a dor nos dentes ao degustar um sorvete, notará que nem a xícara e nem a asa seriam o foco da sua observação.

É interessante notar como o raciocínio humano tende a desenvolver-se através de comparações e associações, levando-nos a pensar em termos de contrastes, contraditório e antítese: quente e frio, alto e baixo, dentro e fora, perto e distante, grande e pequeno, silencioso e barulhento, aberto e fechado, doce e azedo, leve e pesado, bom e ruim, lerdo e rápido, crente e descrente, entre outros. Essa tendência à polarização é evidente em diversos aspectos da sociedade, inclusive na política.

Assim como na xícara, onde a polaridade do dentro e fora é clara, na política também somos muitas vezes confrontados com extremos opostos. No entanto, é importante lembrar que, assim como nas escolhas do dia a dia, nem sempre as opções apresentadas são as únicas possíveis. Muitas vezes, somos confrontados com "pegadinhas" que visam manipular nossas decisões e nos levar a prejuízos. Portanto, ao nos depararmos com questões que nos levam a polaridades aparentemente claras que são perniciosas ao processo, é essencial questionar e pensar além do óbvio.

Não caia na armadilha das polaridades simplistas. Assim como a asa da xícara, a resposta pode estar em um lugar que não esperamos. Com a devida vênia, informo que esse tema é uma “pegadinha” como podemos constatar no desenvolvimento de nossa crônica, pois a asa da xícara continua do lado de fora.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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