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SAUDADE
Memórias de uma cidade de outrora que moram no coração dos jundiaienses
Quem nasceu em Jundiaí ou adotou a cidade há algum tempo, se lembra de outras épocas que marcaram a história
Por Nathália Sousa | 23/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Reprodução / Wilson Migotto
Com a vinda do Progresso, houve a Ramificação da ocupação Urbana e uma Cidade Nova surgiu. A Ponte entre o passado e o presente passa por uma transformação Industrial, com o sumiço de Chácaras. O Novo Horizonte da transição trouxe novos "Arens", ao Centro de um município dividido entre a face Residencial, a Agrícola e o Campo. O resultado é uma Alvorada de diversidade de pessoas, ao mesmo tempo em que mantém a tradição de ser Terra da Uva.
Com o perdão dos trocadilhos com nomes de bairros da cidade, o Jornal de Jundiaí, procurando memórias afetivas da cidade pediu, pelas redes sociais, que os leitores contassem suas memórias da cidade, seja de lugares, de eventos, comidas, momentos, bairros. Independentemente da lembrança, as pessoas guardam carinho pela Terra da Querida e, com nostalgia, contam sobre tempos de outrora, em que Jundiaí era menor, menos urbanizada, mas tinha outro senso de comunidade, como outras cidades do interior.
Entre as principais memórias e saudades, há os bairros de outrora, Vila Rio Branco, Vila Arens; as festas, como a da uva; os parques, que reuniam crianças; empresas com a identidade local, como a Cica; as ferrovias, que calcaram Jundiaí; até os ônibus urbanos, que tinham um adesivo de uva. O Centro da cidade é um tópico a parte. Além da nostalgia do próprio espaço, que era bastante diferente há algumas décadas, há a saudade dos cinemas de rua, Ipiranga e Marabá, lojas como Credi Nino e Loja Rei, a saudosa lanchonete A Paulicéa. Principalmente no fim do ano, quem vive há bastante tempo na cidade, se lembra de um Centro apinhado de gente, com muitas lojas, restaurantes e a atmosfera de ponto de encontro da cidade.
O TEMPO CORRE
Essa memória afetiva coletiva carrega um punhado de boas lembranças, mas o progresso, que não pode ser parado, chegou à cidade. Professor e proprietário do Sebo Jundiaí, Maurício Ferreira guarda em fotografias, na cabeça e no coração uma Jundiaí que já não existe, mas defende que não há tempo melhor que outro.
"Nem melhor nem pior, foi a época que a gente teve aquela idade, que a gente viveu aquilo, que sentiu todas aquelas emoções. Não tinha praticamente nada financeiramente, mas tinha tudo. Tinha muita amizade, muito relacionamento. Lembro que em festa de Natal, a gente ia na casa de um monte de amigo, então foi uma época muito boa. E a rede social, ela aproxima muito quem está longe, mas afasta quem está perto", comenta ele sobre o tempo atual, mais digitalizado.
O professor fala sobre a característica de Jundiaí em cativar quem conhece a cidade e a importância das pessoas aqui. "Eu tenho o maior orgulho de Jundiaí. Esse sotaque caipira é um orgulho da gente. Em todo lugar, eu digo que eu tenho tanto amor por Jundiaí que nem cabe no coração. É um amor muito grande por essa cidade e, quando se ama a cidade, ama as pessoas, principalmente os anônimos, que construíram essa cidade, abriram essas ruas. Quem constrói a cidade são essas pessoas, então tenho muito amor por elas também."
Criado em uma casa ao lado do Parque da Uva, Maurício se lembra da construção do local e de outros marcos no município, que é sinônimo de interior paulista. "Essa coisa de defender a cidade, eu conheço bem, porque, quando fui office boy, eu ia para Campinas e a gente travava um embate lá, falando de Campinas e de Jundiaí, em uma disputa. Campinas era Jundiaí, porque Jundiaí era grande, tinha o sertão que foi se desmembrando. Mas acho que é uma questão de amor à cidade, porque a gente tem muito apego, até por quem passou por aqui, que é jundiaiense de coração. E Jundiaí só é o que é hoje porque recebe as pessoas de braços abertos."
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