Apoiadores atendem Bolsonaro e chegam à Paulista sem faixas e cartazes contra o STF
O ato chamado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (25) na avenida Paulista tem características diferentes de anteriores, em que membros do STF (Supremo Tribunal Federal) e a corte costumavam ser os principais alvos de faixas e cartazes.
Os manifestantes, que comparecem ao ato chamado em meio às investigações da Polícia Federal que apuram suspeita de que Bolsonaro participou de uma tentativa de golpe de Estado, seguem por enquanto o desejo de seu líder de não manter os ataques diretos desta vez.
O temor é que críticas à Justiça possam complicar ainda mais a situação de Bolsonaro. A simples organização do ato, de qualquer forma, já é um ato de pressão direta ao STF, que tem autorizado prisões e buscas em torno da investigação de uma trama golpista.
Antes do evento, bolsonaristas já se preparavam para pedir que abaixassem os cartazes e fechassem as faixas. "Se alguém aparecer com cartaz ou faixa, nós vamos educadamente pedir para que recolham", avisou o deputado federal Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), um dos participantes da manifestação.
Em eventos anteriores, além de criticar o STF e o Congresso, apoiadores de Bolsonaro também exibiram faixas e cartazes apoiando a ideia de um golpe de Estado no Brasil e enaltecendo a ditadura militar que ocorreu entre 1964 e 1985.
Saudosista da ditadura, Bolsonaro reiterou ao longo de anos sua tendência autoritária e seu desapreço pelo regime democrático. Ele negou a existência de ditadura no Brasil e se disse favorável a "um regime de exceção", afirmando que "através do voto você não vai mudar nada nesse país".
Em 2021, por exemplo, ele deu a entender que não poderia fazer tudo o que gostaria por causa dos pilares democráticos. "Alguns acham que eu posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que nós estaríamos vivendo. E apesar de tudo eu represento a democracia no Brasil."
Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados no início deste mês.
Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.
Comentários
7 Comentários
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Freitas 26/02/2024Organizar atos não é nem nunca foi crime e está repleta de achismos, nada concreto. O tipo penal pune a tentativa de deposição, ou seja, a ação violenta, armada e organizada de um grupo civil ou militar que tenha real capacidade para derrubar, retirar, do exercício das funções, antes do final do mandato, com violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. Não havendo demonstração desta efetividade, estaremos diante da chamada tentativa ineficaz, inadequada, quase crime ou crime impossível, quando a produção do resultado típico é impossível, seja pela ineficácia absoluta do meio ou pela impropriedade absoluta do objeto.
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Galdencio 25/02/2024Isto mostra como no Brasil se gosta de colecionar bandidos de estimação...
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Fernando 25/02/2024Depois de tudo que a PF investigou e possui documentos, se não prenderem os envolvidos, inclusive o Cap de mentira que é o Bolsonaro, será a maior vergonha mundial.
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Hugo 25/02/2024Engraçado né?! Até a última manifestação, eles incentivavam as faixas! Traidores cagões!!!
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Maria Aparecida Camargo Barbosa 25/02/2024Ha jornal, de que adianta nao levar faixas nas atacar pelos microfones? Estao tentando impedir que Bolsonaro seja preso. Depois vão dizer que foram os infiltrados kkk
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Tati 25/02/2024Kkkk são todos Santos! Que vergonha se prestarem a este papel! Não veem que Bolsonaro está usando vcs?!
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ADRIANO ANDRADE 25/02/2024Ato golpista e criminoso e liderado por um falastrão e bandido que há muito já deveria estar preso.