Bolsonaro pediu alteração em minuta do golpe, que previa prisão de Moraes, diz PF
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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que autorizou as prisões e buscas nesta quinta-feira (8) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve acesso e pediu modificações na chamada "minuta do golpe", mantendo a previsão de prisão de Moraes.
"Os elementos informativos colhidos revelaram que Jair Bolsonaro recebeu uma minuta de decreto apresentado por Filipe Martins [então seu assessor] e Amauri Feres Saad para executar um golpe de Estado, detalhando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final decretava a prisão de diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco", diz a decisão do ministro. "Posteriormente foram realizadas alterações a pedido do então presidente, permanecendo a determinação de prisão do Ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições."
Bolsonaro já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de diferentes outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele está inelegível até 2030. A PF deflagrou nesta quinta a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito.
Ela teria tentado obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder mesmo depois de derrotado por Lula (PT) nas eleições. As informações que embasaram a operação foram coletadas na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
A PF cumpre mandados de busca e prisão contra ex-ministros de Bolsonaro e militares envolvidos na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder. Entre os alvos das medidas desta quinta-feira estão os ex-ministros general Augusto Heleno, Braga Netto e Anderson Torres. Também são alvos outros militares.
A ação foi batizada de Tempus Veritatis e investiga uma organização criminosa que, diz a PF, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito "para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder."
Além das prisões e buscas, a PF também cumpre medidas diversas como a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas."
São cumpridos mandados nos estados de Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás e no Distrito Federal. Segundo a PF, as investigações apontam o grupo investigado se "dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital."
Primeiro, diz a Polícia Federal, o grupo atuou para construir e propagar a versão de que havia tido fraude na eleição de 2022, "por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022." Em seguida, foram desenvolvidos atos concretos para "subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível."
Comentários
6 Comentários
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ADRIANO A S ANDRADE 08/02/2024Todos os golpistas têm que serem responsabilizados e presos e nunca mais participarem da política. Não podemos aceitar golpe militar no país. Golpe sempre foi para defender o interesse particular de alguns ricos e poderosos contra o povo pobre brasileiro.
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LILS 08/02/2024Toc, toc, toc....
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ADILSON 08/02/2024TOC TOC TOC .... TA CHEGANDO A HORA
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Gil 08/02/2024Nossa! Que santinho!!! Do pau oco! Kkkk improvável, incomível, inelegível e breve: intragável!
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ILSON VITORINO CAMARGO 08/02/2024Brasil é uma fraude imensurável em tudo que é canto, vocês conseguem enxergar isso? Falo em tudo, literalmente. Seria sonho um pouco de transparência, independente do assunto.
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Geraldo 08/02/2024É muito feio sabermos disto, pois mostra que Bolsonaro realmente liderou o golpe e os bestas descabeçados e irados, foram atrás! Quero ver as FA se limpar desta sujeirada toda que o Bozo fez! Uma Instituição seria como as FA não devia ter se metido na política da forma que fez e apoiar um cara como o Bolsonaro, só pq não tinha outro! Agora, pagarao muito caro e por muiiiitos anos! Viva a Polícia Federal!!!!