FUTEBOL

Corinthians sofre para refazer time mesmo com R$ 100 mi em reforços

A ideia inicial era liberar jogadores em fim de contrato como Renato Augusto, Giuliano e Gil para trazer outros mais jovens

Por Lucas Musetti Perazolli | 03/02/2024 | Tempo de leitura: 4 min
da Folhapress

Reprodução

O Corinthians comprometeu mais de R$ 100 milhões em reforços, mas só pagou aproximadamente R$ 30 mi até o momento
O Corinthians comprometeu mais de R$ 100 milhões em reforços, mas só pagou aproximadamente R$ 30 mi até o momento

O Corinthians gastou até o momento R$ 100 milhões em reforços, mas segue com dificuldade para reformular o elenco. Nem mesmo o anunciou do maior patrocínio da história serviu para destravar a questão.

O Corinthians vê investimento maior em um futuro próximo, mas não tem muito dinheiro agora. A ideia inicial era liberar jogadores em fim de contrato como Renato Augusto, Giuliano e Gil para trazer outros mais jovens.

Só que o Corinthians encontrou poucos jogadores sem contrato e viu pedidas altas de outros clubes. Os patrocinadores trarão dinheiro ao longo do tempo, mas não reforçam o caixa para já.

O patrocínio máster de R$ 370 milhões da Vai de Bet inclui apenas R$ 10 milhões à vista e outros R$ 10 milhões mensalmente por três anos. Os valores ajudam, mas não resolvem.

O acordo com a Vai de Bet ainda obrigou o Corinthians a fazer acordo de R$ 40 milhões com a Pixbet, antiga patrocinadora. O pagamento será feito em 12 parcelas: a primeira de R$ 6 mi e as outras de R$ 3 mi.

Há outras negociações com parceiros em andamento: as placas publicitárias para a Brax em R$ 240 milhões por cinco anos e a ideia de vender os naming rights do CT por pelo menos R$ 30 milhões anuais.

Se todos esses negócios forem feitos como o Corinthians imagina, o valor mensal seria de cerca de R$ 16 milhões. Um número expressivo no orçamento, mas que não significa necessariamente dinheiro na mão para contratar.

O Corinthians comprometeu mais de R$ 100 milhões em reforços, mas só pagou aproximadamente R$ 30 mi até o momento. Todas as negociações envolvem parcelamento, já contando com o aumento de receita de patrocínios para os próximos meses.

Alguns desses reforços só chegaram quando o Corinthians pagou a entrada. O time alvinegro sente que há incerteza no mercado após histórico recente de calotes em outras gestões. O Talleres, por exemplo, havia aceitado 2 milhões de dólares de "sinal" e depois dobrou a pedida.

Quem já veio
Gustavo Henrique, Palacios e Hugo vieram apenas sob o custo dos salários. Os demais totalizaram R$ 104 milhões parcelados.

  • Rodrigo Garro: R$ 34 milhões
  • Félix Torres: R$ 32 milhões
  • Pedro Raul: R$ 25 milhões
  • Raniele: R$ 13 milhões

Quem pode chegar
O Corinthians quer zagueiro, lateral-direito, volante, meia e atacante de velocidade. O Timão admite investir mais que os R$ 100 milhões, mas mantém propostas com parcelamento e usa os novos patrocinadores como garantia de que vai pagar.

Uma negociação em andamento é a do lateral-direito Matheuzinho, do Flamengo. O Corinthians tem a concorrência do Botafogo e admite pagar 4 milhões de euros (R$ 21 mi).

O clube busca alternativas para a defesa e tem Lyanco, do Al-Gharafa, como alternativa. As opções para meio-campo e ataque não foram reveladas.

Custo
O Corinthians esperava ter um novo elenco já no início do Campeonato Paulista, mas a realidade é bem diferente. O time alvinegro teve só Félix Torres, Hugo e Raniele à disposição e tem três derrotas em quatro jogos.

O presidente Augusto Melo e Mano Menezes já começaram a divergir. Augusto entende que o Corinthians pode jogar mais com o que tem, já o treinador crê que a equipe está no seu limite técnico com atletas titulares que eram reservas em 2023, casos de Caetano, Fausto Vera e Rojas.

A expectativa é que os reforços cheguem em breve para a situação mudar. A esperança é que o novo executivo de futebol Fabinho Soldado destrave o mercado.

Várias negociações não deram certo, pelos mais diferentes motivos. Gabigol, Rafael Borré, Luiz Henrique, Erick, Caio Alexandre, Thiago Maia e Pablo foram alguns dos alvos.

Nos casos de Gabigol, Borré, Luiz Henrique e Caio Alexandre, o problema foi financeiro. Flamengo, Eintracht Frankfurt, Betis e Fortaleza exigiram valores altos e à vista pela liberação.

Erick não foi liberado por causa do projeto do Athletico-PR. O Furacão evita negociar jogadores com clubes do futebol brasileiro pois quer se posicionar como um dos gigantes do país.

As conversas por Pablo e Thiago Maia esbarraram em um ruído na comunicação entre Corinthians e Flamengo. O Rubro-Negro se irritou com o posicionamento do Timão no caso de Matheuzinho e não facilitou mais as tratativas. Pablo foi para o Botafogo, enquanto Thiago Maia quase esteve no Inter.

O Corinthians emitiu nota oficial para contestar os pedidos do Flamengo para liberar Matheuzinho por empréstimo. O lateral-direito chegou a treinar no Parque São Jorge, mas voltou. O Corinthians insiste na contratação enquanto o Botafogo, que tem melhor relação com o Rubro-Negro, é o concorrente. Foi assim que Pablo parou na Estrela Solitária.

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