RIBEIRÃO PRETO

Mulher de 82 anos é resgatada após 27 anos de trabalho análogo ao escravo

O resgate aconteceu no último dia 24 de outubro por uma força-tarefa com membros do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Previdência e da Polícia Militar

07/12/2022 | Tempo de leitura: 1 min

Reprodução

Dona Neusa (nome fictício) sonhava “um dia 'ganhar uma casinha' da patroa', diz o MPT
Dona Neusa (nome fictício) sonhava “um dia 'ganhar uma casinha' da patroa', diz o MPT

Uma mulher de 82 anos foi resgatada da residência de uma médica e um empresário em Ribeirão Preto, após trabalhar como empregada doméstica sem receber salários por 27 anos, em situação considerada análoga à de escravidão.

O resgate aconteceu no último dia 24 de outubro por uma força-tarefa com membros do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e da Polícia Militar (PM), depois de uma denúncia anônima. O casal, que foi processado, teve seus bens bloqueados pela Justiça Trabalhista e condenado a pagar indenização de R$ 815,3 mil à idosa. Cabe recurso da decisão. O nome do casal não foi divulgado pelo MPT.

Durante a visita dos fiscais, dona Neusa (nome fictício), a idosa resgatada,  se manteve em silêncio. Segundo o MPT, ela apenas confirmava com a cabeça as informações prestadas pela patroa e obedecia.

Ela sonhava “um dia 'ganhar uma casinha' da patroa", diz o MPT. Em seu depoimento, a dona Neusa afirmou que a chefe "guardava seu dinheiro" para lhe comprar uma casa, o que nunca aconteceu.

A história foi confirmada pelo depoimento de vizinhos, que disseram às autoridades que a 'vozinha' já havia afirmado que só continuava trabalhando aos 82 anos porque esperava pela casa que sua patroa havia prometido.

Dona Neusa contou em depoimento que não tinha direito a salário ou folgas semanais, mas que os patrões enviavam cerca de R$ 100 por mês ao irmão dela. O dinheiro, porém, vinha do Benefício Previdenciário Continuado (BCP), que ela recebia em razão da idade.

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