As escolas técnicas Vasco Antonio Venchiarutti (Etevav) e Benedito Storani (EtecBest) estão entre as melhores do país no quesito ensino médio, segundo dados divulgados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Contando todas as instituições públicas de ensino médio, a Etevav, por exemplo, alcançou a nota 7 no Ideb, ficando na quarta colocação entre as escolas de São Paulo e na 14ª no Brasil.
Já a EtecBest conseguiu a nota 6,6, sendo a 31ª melhor de São Paulo e a 62ª no Brasil entre as públicas. A nota média do ensino médio no Brasil foi 4,2. Para a diretora da Benedito Storani, Fabiana Lourençon Moraes, a meta estabelecida para a escola foi alcançada. “Nossa escola começou a participar desta avaliação em 2017 e atingiu índice de 6,1 e a meta proposta para 2019 era 6,2. Este ano recebemos a grata notícia que atingimos o índice de 6,2, alcançando a meta proposta e superando o Índice Nacional do Ensino Médio. Estamos muito felizes com esse resultado, que é fruto de um trabalho em equipe”, conta ela.
O professor de filosofia das duas escolas, Junio Benites, diz que o fato de ter uma prova para ingresso na Etec faz com que os alunos tenham mais foco. “Essa questão da seleção dos alunos contribui muito. O aluno entra porque ele tem um objetivo. O professor na Etec tem um histórico e isso contribui bastante porque não tem a rotatividade, então é um grupo que se forma”, diz ele sobre a estabilidade dos docentes.
Para a diretora da Etevav, Rosmari Antonia Colcerniani, alunos e professores fazem a qualidade da instituição. “Os alunos são muito interessados e fazem o ensino médio e o técnico na escola. Trabalhamos com projetos e os alunos têm a oportunidade de criar nesses projetos. Os professores já têm experiência e base curricular da educação que seguimos. A escola já tem 74 anos na experiência na formação de jovens e é muito conceituada”, diz ela.
Rosmari comenta que o bom resultado do Ideb é fruto do esforço coletivo. “É o resultado do nosso trabalho porque também temos ótimos resultados no Saresp e no Enem. Resultado do trabalho em equipe e dos alunos que são muito dedicados”, diz.
Sobre a cobrança aos alunos, Junio diz que faz parte do preparo. “Você cria no aluno a cultura de estudar e se organizar e na semana de provas há um tempo, importante para a execução da mesma. Isso ajuda na preparação dos alunos”, conta o professor sobre a semana em que os alunos são avaliados em todas as disciplinas.
TRADIÇÃO
Alunos que já frequentaram as Etecs costumam lembrar com carinho dos três anos do ensino médio. Este é o caso de Bruna Magnabosch, ex-aluna da Etevav que, além do ensino médio, cursou o técnico em edificações. Formação que a encaminhou para a engenharia civil. “Eu acho que o ensino médio da Etevav é excelente, foi a minha melhor época escolar, eu adorei estudar lá, tenho muita saudade. Gosto muito do ambiente, da estrutura da escola e os professores são excelentes. Por ser uma escola pública, tem uma estrutura incrível”, diz ela, complementando que a escola prepara os alunos para a vida, exercitando a responsabilidade.
Também egresso da Etevav, o engenheiro químico Otávio Bortolo entrou no segundo ano do ensino médio numa vaga remanescente. “Antes da Etevav eu estudava em escola particular e na mudança eu não senti que o ensino decaiu, por exemplo. Além disso, eu tinha amigos que estudavam em outras escolas públicas e que, através de conversas sobre a escola, eu conseguia notar que a Etevav era mais organizada e possuía um suporte maior aos alunos”, explica.
Egressa da EtecBest, Mariana Cera estuda engenharia civil e diz que a experiência foi enriquecedora. “Foi muito importante porque mudou muito meu pensamento com relação à vida, como cidadã e como aspirante à engenheira. Através das aulas, passei a ter mais interesse em política e a tentar exercer melhor minha cidadania. Acredito que não só fomos preparados para o vestibular, mas nos formamos para vida, aprendendo a ter autonomia, a desenvolver nosso senso crítico e nosso autoconhecimento”, conta ela.
Também egressa da BeSt, Jacqueline Mendes estuda jornalismo e cita a importância da autonomia que a escola ensina. “Eu acho que o ensino particular é melhor e a gente tem essa quebra no Enem, por exemplo. Mas a Etec é melhor que outras escola públicas sim. Tem uma autonomia maior de ensino e a gente tinha semana de prova. Acho que você cria uma responsabilidade e um amadurecimento. Você sabe o que precisa fazer, então vai de você se organizar para estudar”, explica.
A Prefeitura de Jundiaí informa que a rede municipal de Educação superou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estimado pelo Ministério da Educação para o ano de 2019, 6,8. A cidade alcançou a nota 7, valor projetado pelo órgão federal apenas para 2021.
Na rede municipal de Jundiaí há, além dos primeiros anos do ensino fundamental, avaliado no Ideb, o ensino infantil e de jovens e adultos. E os resultados positivos são fruto do investimento municipal na educação, assegurado pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Jundiaí investiu mais de 1 milhão em 2019 no cerca de 37 mil alunos da rede municipal.
De acordo com a gestora da Unidade de Gestão de Educação (UGE), Vastí Ferrari Marques, a superação da projeção por duas avaliações seguidas, 2017 e 2019, da rede é resultado de investimentos e formações implementadas ao longo dos anos. “Todo o resultado alcançado é fruto de trabalho coletivo e esmero dos educadores para o aprender das crianças. De uma avaliação do Ideb para outra avançamos na Matemática, a partir da formação oferecida aos profissionais. A meta é, a cada ano, trabalhar para alcançar mais ganhos para as nossas crianças”
“Jundiaí investe, neste ano, R$ 14 milhões em reformas em diversas unidades escolares, qualificando a ambiência para os estudantes e educadores, proporcionando experiências na aprendizagem”, conta a gestora sobre a melhora de escolas para que o ensino tenha cada vez mais qualidade.