A Polícia Civil prendeu, na sexta-feira (12), o proprietário de um portal de notícias local sob a acusação de praticar extorsão contra uma farmácia de Americana. A ação foi conduzida pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
Ele foi detido no interior do estabelecimento comercial no momento em que, de acordo com a polícia, recebia o valor de R$ 5 mil da vítima. Segundo o boletim de ocorrência, a investigação começou após uma denúncia da farmácia. A empresa relatou que estava sendo alvo de extorsão por parte do acusado. A alegação é de que ele exigia pagamento para não publicar informações sigilosas relativas a processos trabalhistas do estabelecimento.
A polícia apurou que o suspeito inicialmente publicou uma matéria com supostas denúncias de ex-funcionários. Após a publicação, teria entrado em contato com a farmácia oferecendo a retirada do conteúdo do ar mediante pagamento, sugerindo a formalização por meio de um "contrato de publicidade".
Diante da recusa inicial da farmácia, novas ameaças de publicar outras informações teriam sido feitas, com a solicitação de R$ 5 mil para que o material não fosse veiculado. Novamente, foi citada a possibilidade de um contrato de publicidade.
Informada de que o encontro para a entrega do dinheiro aconteceria nesta sexta, a equipe da DIG montou esquema de vigilância. Os policiais abordaram o suspeito dentro da farmácia, no momento em que ele supostamente recebia o valor em dinheiro.
O valor foi apreendido e devolvido aos representantes da farmácia. O celular do suspeito também foi confiscado. Ele recebeu voz de prisão em flagrante por extorsão e foi conduzido à sede da DIG.
À disposição da Justiça, ele aguarda a realização de audiência de custódia. Em depoimento à polícia, o homem negou as acusações de extorsão. Ele afirmou que cursou jornalismo por um ano sem concluir e que publicou a matéria inicial após receber denúncias de ex-funcionárias sobre assédio moral.
Segundo sua versão, ele teria entrado em contato com a farmácia para oferecer direito de resposta. Ele contou que uma funcionária perguntou como evitar a publicação, e ele respondeu que "não realiza negociações para a não publicação", mas que poderia oferecer um contrato de publicidade.
Com a recusa do estabelecimento, o material foi publicado. Em um segundo contato, teria dito a outro funcionário que, se um contrato fosse firmado, faria um pedido de retratação sobre a matéria anterior. O suspeito insistiu que nunca exigiu dinheiro para não publicar informações.