05 de dezembro de 2025
OPINIÃO

A questão do petróleo no mundo 


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Enquanto ainda transcorria a COP30, em Belém, a Agência Internacional de Energia  (AIE), previa que a demanda mundial por petróleo seguirá em alta até 2050.

Há, efetivamente, um paradoxo em relação ao posicionamento mundial na questão energética global. Os Estados Unidos, com o Presidente Donald Trump, vêm estimulando o aumento da produção de petróleo e gás natural, deixando de lado a questão da prioridade energética da agenda verde, qual seja, da produção de energia renovável, como as hidrelétrica , as eólicas, a solar e biomassas.

A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda global por petróleo atingirá a marca de 113 milhões de barris/dia, em 2050.

Houve uma queda no preço internacional do petróleo, que chegou a US$ 60 o barril, ainda assim, o mundo produz e oferta mais petróleo no mercado mundial. O Brasil, por exemplo, pretende extrair petróleo na margem equatorial do Amapá.

Há, em curso, uma tratativa importante, que foi pautada na COP30 e, assumida por alguns países participantes, a de que parte da renda obtida com a venda de petróleo seja revertida para financiar o aumento da produção de energia limpa, como forma de reduzir a emissão de carbono e o aquecimento global.

O que se vem observando é que os países em desenvolvimento e, em especial, a América Latina, vem ampliando a produção de fontes renováveis de energia. Nessa direção, houve um aumento que era de 40 % dessa produção, na matriz energética de 2020, para 90% em 2025, bem acima do que ocorre na média global.

O avanço tecnológico tem contribuído para o objetivo de reduzir o aquecimento global, com a substituição do uso do combustível fóssil.

A China, a segunda maior economia do mundo e uma grande consumidora de petróleo, vem trabalhando para reduzir essa dependência, ampliando sensivelmente a produção de carros elétricos que, aliás, ainda em menor escala, os Estados Unidos, a Europa e o Japão, seguem na mesma direção.

A transição energética para uma economia de baixo carbono, vem evoluindo no mundo, contemporaneamente, aos posicionamentos e ações dos ambientalistas, mas, também, para a realidade de que as energias renováveis são mais eficientes, com vantagens comparativas ao custo da energia derivada do petróleo.

Esse reconhecimento vem crescendo junto ao mundo empresarial que, de forma gradual, mas crescente, enxergam oportunidades de negócios vantajosos com a economia verde.

É preciso acreditar, diante de tantas tragédias climáticas em todo o mundo, que a humanidade priorize a qualidade de vida em relação à evolução econômica derivada de energias fósseis.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, Membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas