13 de dezembro de 2025
BASTIDORES

Presidente do PSDB Jundiaí vê 'retomada' com volta de Ciro Gomes

Por Felipe Torezim | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Fernando de Souza acredita que fortalecimento nacional do partido trará reflexos positivos para a região

O PSDB tem movimentado o cenário político nacional nas últimas semanas com a volta de Ciro Gomes ao partido e o convite feito ao ex-presidente Michel Temer para integrar a legenda. As ações sinalizam uma tentativa da cúpula tucana de retomar relevância e espaço político após anos de desgaste e perda de identidade.

Ciro, que já foi filiado ao PSDB na década de 1990 e disputou quatro eleições presidenciais por diferentes siglas, não confirma se será candidato ao governo do Ceará, mas nos bastidores cresce a expectativa de que o partido aposte nele como nome certeiro ao cargo. Já o ex-presidente Michel Temer, figura histórica do MDB, não descartou o convite tucano e deixou portas abertas. Os movimentos agradam ao presidente local do PSDB, Fernando de Souza.

“Acredito que a executiva nacional esteja buscando a retomada de um espaço já ocupado pelo PSDB. Escolheu o Ciro Gomes, que já foi tucano, para dar início. Se o Ciro Gomes disputar o Governo do Estado, certamente, fortalecerá a legenda, aumentando a expectativa de cadeiras na Câmara Federal”, avalia.

“Já a possível filiação de Michel Temer traria uma expectativa mais ampla, pois é uma das maiores lideranças do país e atua com muita credibilidade em todo território nacional. Em Jundiaí, por ora, não teremos impacto direto, mas qualquer movimentação que fortaleça o partido nacionalmente traz reflexos positivos, ainda que indiretamente”, completa.

O mestre em História e cientista social André Ramos segue a mesma linha de pensamento sobre a tentativa de revitalizar o partido. “Ciro é contra o PT e contra o Bolsonaro, e fala sem filtro. Isso pode gerar visibilidade e ajudar o PSDB a recuperar protagonismo, mas o sucesso depende mais do fim da polarização do que de uma mudança real na comunicação do partido”, avalia.

Ele destaca que a polarização entre Lula e Bolsonaro deixou o PSDB sem espaço político claro. “Bolsonaro monopolizou a direita, o PT a esquerda e o centrão ocupou o meio. O PSDB ficou sem identidade e sem nomes fortes. A saída de figuras históricas, como Aloysio Nunes, enfraqueceu a estrutura e a direção partidária.”

André conclui que o maior desafio tucano é reconstruir uma identidade política. “Antes de pensar em disputar cargos, o PSDB precisa se definir. O eleitor precisa saber o que o partido defende. Sem um posicionamento claro, não há identidade, e é essa identidade que conquista o voto”, finaliza.