07 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Cenário de incertezas e oportunidades 


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Há, no cenário global, condicionantes que podem levar o mundo a viver, mais uma vez, uma era de incertezas, o que, já no presente, provoca mudanças no ambiente empresarial e em comportamentos mais voláteis nas decisões dos investidores nos mercados financeiro e de capitais, além das decisões de investimentos, em ativos fixos pelo mundo.

O contraditório da abordagem acima também é verdadeiro e, no tempo e no espaço, ao longo dos séculos, constatamos que nada é  absolutamente negativo ou positivo. Sempre haverá  um custo de oportunidades, como as duas faces  de uma moeda.

Quando a China, a segunda maior economia do Planeta, com um PIB – Produto Interno Bruto de US$ 19 trilhões impõe restrições severas às suas exportações de  semicondutores – chips, para os Estados Unidos e demais países do Ocidente, sabe que, como consequência, poderá provocar paralisações na produção de automóveis, aviões, celulares, computadores, e uma série de produtos dependentes de chips, o que afetará o crescimento mundial, os níveis de investimentos empresariais, níveis de empregos e todos os reflexos negativos nas cadeias de valores.

Da mesma forma, os tarifaços praticados pelos Estados Unidos, provocam um retrocesso no comércio mundial, ampliando graus de incertezas sobre o futuro da Economia Global.

Ainda, na mesma toada, as dificuldades no Ocidente para a obtenção de Terras Raras – materiais críticos, utilizados em quase todos os produtos avançados de tecnologia, deixa no ar um ambiente de perplexidade e, naturalmente, um questionamento dos propósitos da China – detentora da maior reserva mundial, dos seus verdadeiros objetivos nessa guerra comercial, proibindo as exportações dessas matérias-primas.

Nessa questão surge, todavia, uma grande oportunidade para o Brasil, como detentor da segunda maior reserva mundial de Terras Raras. Podemos captar, desde que tenhamos dispositivos legais devidamente regulamentados, elevadas somas de investimentos externos diretos para este setor, como alavancagem da riqueza interna, empregos e desenvolvimento econômico, sendo que, há no mundo, uma grande demanda para essas matérias-primas.

Há também, neste momento histórico, um setor de atividade de infraestrutura de rede de servidores destinados a grandes escalas de processamento de inteligência artificial, serviços de nuvem e Big Data – os Data  Centers. O Brasil, por ter uma matriz energética das mais limpas do mundo e posição geográfica estratégica, tem todo o potencial para ser um centro mundial da Data Centers.

Atualmente, há um grande desequilíbrio mundial em Data Centers instalados: os Estados Unidos com 5.426, em segundo lugar, a Alemanha com apenas 529, a China, em terceiro com 449 e o Brasil, é a décima posição, com 163. É exatamente para esses setores que já vem ocorrendo iniciativas para uma revolução empresarial em indústrias  e serviços.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e consultor de Empresas